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Protesto tenta retomar maus-tratos contra cavalos no Recife (PE)

31 de outubro de 2013
3 min. de leitura
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Por Vinicius Siqueira (da Redação)

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Cerca de 200 carroceiros fecharam o tráfego da Avenida Abdias de Carvalho nesta quinta-feira (31), em Recife. O motivo da manifestação foi a Lei 30/2013, prevista para entrar em vigor em março de 2014, que veda a exploração de animais em veículos de tração e em veículos de carga, mas também proíbe a realização de rodeios, vaquejadas e eventos afins na cidade.

O projeto proposto pelo secretário-executivo de Direitos Animais Rodrigo Vidal foi aprovado no início de outubro e também tem foco na inclusão dos carroceiros no mercado de trabalho da região. Os carroceiros argumentaram durante a manifestação que o sustento de suas famílias seria retirado, entretanto, todos os trabalhadores serão cadastrados para receber qualificação profissional em um projeto fruto da articulação entre as secretarias de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, de Juventude e Qualificação Profissional e da Mulher.

Exploração

Os cavalos explorados em veículos de tração são obrigados a trabalhar sem períodos de descanso ao longo do dia por meio de instrumentos de tortura, como chicotes e pedaços de pau, que são usados cada vez que o cavalo interrompe seu trajeto por já estar exausto, ou simplesmente quando não obedece as ordens de seu tutor.

Pelo trabalho pesado e ininterrupto, estes animais estão fadados a sofrer de desnutrição, desidratação, doenças pulmonares (devido à fumaça proveniente de automóveis que respiram), doenças de pele, ferimentos espalhados por cada canto do corpo que recebeu os golpes de chicote ou do pedaço de pau, além do desgaste dos cascos devido ao atrito com o asfalto.

O tempo de vida estimado de um cavalo sob estas condições de escravidão é por volta de 4 meses e é prática comum abandoná-lo em algum ponto isolado da cidade até sua morte, quando eles não aguentam mais o trabalho pela falta de condições físicas. Os cavalos são explorados até o último segundo de suas vidas e são “descartados”, como meros instrumento de trabalho humano.

Não há justificativa ética nenhuma para a exploração destes animais e o próprio projeto prevê a reinclusão dos carroceiros no mercado de trabalho e na sociedade, com novas qualificações que garantirão seu sustento de forma digna e sem crueldade.

Do ponto de vista econômico, o Cavalo de Lata é uma solução que se encaixa perfeitamente no lugar do abuso desumano cometido pelos carroceiros. Se trata de um veículo elétrico, que é carregado com energia solar, portanto, não emiti resíduos tóxicos para a atmosfera terrestre, tem 60 km de autonomia e exige um gasto médio somente de R$ 0,02 a R$ 0,05 por quilômetro percorrido.

Em relação ao trânsito, não é seguro para um animal percorrer ruas movimentadas ao lado de carros, caminhões e motocicletas em alta velocidade. Com a proibição de veículos com tração animal, além da própria segurança do cavalo que seria utilizado, também se preza pela segurança das pessoas, já que se evita qualquer tipo de acidente – muitas vezes fatal – com carroças e charretes.

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