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Veterinário cola pata de cão com Super Bonder no interior de SP

25 de janeiro de 2012
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Radija, 4 meses, pode precisar amputar a pata (Foto: Géro Bonini/Terra)

Uma dona de casa denunciou um veterinário de ter colado com cola instantânea a pata de uma cadela da raça poodle, de 4 meses, que havia sofrido uma fratura em São Manuel (259 km de São Paulo). Agora, o animal corre o risco de ter o membro amputado.

“Levei a Radija ao pet shop, e lá o veterinário atendeu ela em cima do balcão mesmo. Ele disse que não poderia fazer nada, que era uma fratura e teria que imobilizar. Pegou um tubo de Super Bonder e utilizou para colar a patinha dela e depois prender a perninha contra o peito”, afirmou Kelly Cristina, que ainda relatou ele cobrou, além da consulta, o dobro do preço do tubo da cola. “O outro veterinário disse que só poderia rir do que foi feito, que não era correto esse tipo de tratamento e que deveríamos tirar toda a cola, fazer uma radiografia e medicar a cadelinha”, disse ela.

O filhote ficou com a parte do corpo grudada pela cola queimada. Além disso, pelo e pele da região caíram. Kelly registrou um boletim de ocorrência por maus-tratos contra o veterinário, e a polícia de São Manuel abriu investigação para apurar a denúncia.

Veterinário diz que já usou cola outras vezes

O veterinário Airton Romão, responsável pelo pela aplicação da cola instantânea, disse que é um procedimento comum no meio veterinário e afirmou que não cometeu crime. “Já fiz esse tipo de tratamento por diversas vezes. Sou formado há mais de 30 anos pela Faculdade de Medicina Veterinário da Unesp de Botucatu. Já tratei, com eficiência, desta maneira cabritos, aves e tartaruga. É algo comum para fraturas. O esparadrapo, tão utilizado na Medicina, também tem cola, mas é com menor intensidade. O que eu precisava neste caso era algo mais forte e utilizei o Super Bonder, com consentimento da tutora do animal. Mas essa cola deveria ter ficado 30 dias, agora não sei a maneira que foi retirada da cachorrinha, que certamente deve ter ficado machucada”, afirmou.

Ele não concordou com a acusação de maus-tratos. “Maus-tratos? Para mim é o contrário. Estava cuidando do animal, mas depois o caso foi passado para outro veterinário, que assumiu as responsabilidades”, disse.

A reportagem entrou em contato com o grupo de docentes da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp de Botucatu, que afirmaram que existem trabalhos na literatura veterinária sobre o uso de colas instantâneas em fraturas, mas todos em caráter experimental e com resultados controversos. Os docentes ainda afirmaram que a faculdade não utiliza tal procedimento em seus atendimentos e estão à disposição para cuidar da cadela Radija.

Fonte: Terra

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