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ONG denuncia envenenamento de animais em Cerqueira César (SP)

23 de julho de 2014
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

A morte de cães e gatos por suposto envenenamento tem preocupado moradores e representantes de uma entidade de proteção aos animais de Cerqueira César (SP). Segundo a entidade, desde o dia 1º deste mês, pelo menos 20 animais morreram. Já a somatória dos últimos oito anos, o volume chega a 800 mortes, sendo cerca de 500 de cães e 300 de gatos.

De acordo com a presidente do grupo de proteção, Cacilda Rodrigues de Oliveira, os casos têm ocorrido em diversos bairros. A suspeita é que os envenenamentos tenham sido provocados por um tipo de veneno para extermínio de ratos, conhecido como chumbinho. O produto foi banido do mercado em 2012 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A situação já foi levada ao Ministério Público e uma audiência foi realizada para discutir os crimes, além de tentar identificar quem seriam os comerciantes que poderiam estar vendendo ilegalmente o veneno. O objetivo era conscientizá-los sobre os riscos a saúde não só dos animais, mas também dos moradores.

A Polícia Civil cumpriu mandados de busca expedidos pela Justiça em agropecuárias da cidade com o objetivo de verificar a venda de chumbinho, no entanto, não encontrou o veneno. Um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) deve ser assinado pelos comerciantes. Eles deverão se comprometer com uma campanha de conscientização que deverá ser realizada na cidade.

“Esse surto de envenenamento preocupa bastante a ONG. Em poucos dias foram mais de 20 animais em dois ou três bairros da cidade. Isso é o que chega ao nosso conhecimento. Muitos animais são mortos e você nem fica sabendo”, afirma Andrioli.

Vítimas

O gato doméstico do aposentado Gonçalo Batista de Lima foi uma das possíveis vitimas do crime. O tutor afirma que o animal desapareceu em uma tarde e foi encontrado morto no dia seguinte. “Percebemos que havia alguma coisa errada quando chegou a hora de dar comida e ele não apareceu. No outro dia pela manhã saí na porta de casa e vi um saco preto. O gato está morto lá dentro”, conta o morador. Com receio de que essa situação aconteça novamente, ele prendeu a outra gata em uma gaiola. Mesmo assim, continua inseguro.

A mesma preocupação tem a dona de casa Maria de Almeida Pires de Godoy. Ela tutelava quatro gatos e um deles foi morto no ano passado. Um laudo da veterinária que atendeu o animal comprovou a intoxicação. O documento aponta que o gato apresentava dores abdominais e pupilas dilatadas. O diagnóstico foi envenenamento.

Morador mantém gata em gaiola depois de ter outro animal envenenado (Foto: Reprodução / TV TEM)
Morador mantém gata em gaiola depois de ter outro animal envenenado (Foto: Reprodução / TV TEM)

A partir dessa ocorrência, a dona de casa passou a anotar em um caderno todos os casos de envenenamento no bairro onde mora. Foram mais de 30, segundo ela. A situação gera preocupação não somente pelos animais, mas também pelas crianças. “Todo mundo fica com medo porque se podem dar veneno para os animais, podem dar para um filho da gente. Podem jogar alguma coisa no quintal e a criança pegar e colocar na boca.

Quem tem criança pequena como fica?”, questiona a moradora.

A veterinária Naide Aparecida Viana diz que os casos de envenenamento têm sintomas facilmente identificáveis. Além das pupilas dilatadas, os animais também apresentam tremor muscular e diarreia com sangue. “Eles também chegam para a gente babando bastante, salivando, e com a coordenação descontrolada”, explica.

Crime

De acordo ocm a Polícia Civil, maus-tratos aos animais, assim como os envenenamentos, são enquadrados como crimes ambientais. A pena para quem for identificado como o autor dos crimes vai de três meses a um ano de prisão.

Fonte: G1

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