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Estudo poderá salvar espécie de sapo da extinção

14 de março de 2011
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Caça, desmatamento e também a retirada de plantas são as principais causas do perigo de extinção do animal

A extinção de apenas uma espécie pode modificar completamente um ecossistema, causando sérios problemas à natureza. Por isso, a descoberta de como o sapinho maranguapense (Adelophryne maranguapensis), que só existe na Serra de Maranguape (distante 30 quilômetros de Fortaleza, no CE), se reproduz é tão importante que pode tirar esta espécie da Lista Nacional de Espécies da Fauna Ameaçada de Extinção.

É que com essa informação será possível criar alternativas para que o habitat desse animal não seja destruído. A pesquisa foi realizada pelo professor Daniel Cassiano Lima, da Faculdade de Educação de Itapipoca (Facedi) – a 130 km de Fortaleza – da Universidade Estadual do Ceará (Uece). Ele escolheu o sapinho como o tema central da sua pesquisa de doutorado.

Segundo o professor, a descoberta na verdade faz parte de uma pesquisa que ainda está sendo desenvolvida desde o ano de 1996, porém a ênfase na espécie foi dada a partir de abril do ano passado.

Até agora a pesquisa já conseguiu elucidar forma como o sapinho se reproduz. Diferente da maioria dos anfíbios cujos girinos desenvolvem-se dentro da água, o Adelophryne maranguapensis tem uma forma de nascimento direto. As fêmeas depositam os seus ovos nas axilas das folhas de bromélias, sem contato com a água, e desses ovos já eclodem os sapinhos totalmente formados, sem a necessidade passarem pela fase de larva.

Sem dados

“Antes dessa pesquisa ser realizada não existiam dados concretos sobre a reprodução do sapinho. Agora, com várias informações coletadas, será possível trabalhar para conservar a espécie e consequentemente todo o ecossistema da Serra de Maranguape”, explicou Lima.

Além do modo reprodutivo em si, o professor espera obter como resultados da pesquisa o desenvolvimento embrionário completo, conhecer a distribuição do animal dentro da serra, saber os hábitos alimentares da espécie, preferências de habitat, comportamento de corte e defesa, e também que parasitas ocorrem entre estes animais.

Caça

Ele acrescentou que as principais razões para o Adelophryne maranguapensis estar em extinção são a caça, o desmatamento e a retirada indiscriminada de plantas, entre elas as bromélias. “Tudo isso certamente afeta a sobrevivência desses animais, afirma. Para Lima a melhor forma de preservar a mata da serra, e consequentemente o seu ecossistema, é utilizar a agrofloresta, um sistema de uso e manejo da terra no qual árvores ou arbustos são utilizados em conjunto com a agricultura.

O sapinho maranguapense foi descoberto em 1994. Ele tem dois centímetros de comprimento, é diurno e pode ser encontrado em altitudes superiores a 600 metros. Atualmente, existem outras cinco espécies do mesmo gênero, sendo uma ocorrente nas serras de Baturité e também na da Ibiapaba.

Fonte: Diário do Nordeste

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