A Prefeitura de Curitiba (PR) lançou nesta quarta-feira (08) o livro As Aves de Curitiba. O trabalho que reúne importantes ornitólogos curitibanos, traz um catálogo das cerca de 400 espécies de aves registradas na cidade, entre nativas, migratórias e exóticas. O lançamento, no Museu de História Natural de Curitiba, no Capão da Imbuia, contou com a presença do vice-prefeito, Luciano Ducci, pesquisadores, professores e estudantes de biologia de várias universidades paranaenses.
Produzido pela Secretaria do Meio Ambiente, dentro do programa Biocidade, o livro reúne o trabalho de 18 ornitólogos de Curitiba, que registraram a presença de 367 espécies nativas, sete espécies introduzidas e já aclimatadas e outras 22 exóticas. Junto com a descrição das espécies, a obra traz as datas e os locais onde as aves foram encontradas.
“Para preservar é preciso conhecer. Essa publicação pretende ser mais que um registro científico, ela mostra à população a riqueza da nossa fauna urbana, e comprova como o esforço da conservação traz bons resultados”, destacou o secretário municipal do Meio Ambiente, José Antonio Andreguetto.
Nessa primeira edição foram confeccionados 500 exemplares que serão distribuídos a bibliotecas públicas e instituições de pesquisas de todo o Brasil. “É um mutirão de pesquisadores que resultou em um excelente trabalho”, destaca o organizador da publicação, Fernando Strauber.
Os pesquisadores levantaram informações desde o século passado, buscando informações e registros de aves de Curitiba em museus de história natural da Europa, juntando a compilações contemporâneas.
Strauber destaca o caso do falcão-peregrino, ave migratória que passa a primavera e o verão na região de Curitiba, e pode ser facilmente vista nessas épocas no centro da cidade, muitas vezes se alimentando de pombos. Outro destaque é o grimpeiro, que ilustra a capa do livro. O grimpeiro vive exclusivamente em pinheiros, e raramente é vista em outra árvore.
O grimpeiro tem uma relação simbiótica com o pinheiro. A ave que se alimenta de insetos do pinheiro ajuda a eliminar as pragas que podem comprometer a vida da árvore e também contribui para a polinização e formação das pinhas. Segundo Strauber, ele é uma das únicas aves do mundo que depende exclusivamente de uma única planta.
O ornitólogo quer que o grimpeiro seja oficialmente declarado a ave símbolo de Curitiba. “Essa relação com o pinheiro, e por ser tão uma ave tão singular é que dão a ele a condição de ser um símbolo da cidade”, diz.
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente está preparando projeto de lei declarando o grimpeiro como ave símbolo de Curitiba. O projeto será encaminhado para votação na Câmara Municipal. Também participaram do lançamento os vereadores Luiz Felipe Braga Cortes, Serginho do Posto, líder interino do governo municipal na Câmara, a vereadora Julieta Reis, e o secretário de Governo, Rui Hara.
O livro também descreve algumas informações de participação da sociedade na preservação das aves, condição associada à preservação de áreas verdes. “Imagine um rio com várias pedras espalhadas e que você precisar pular de uma em uma para atravessar ou seguir seu caminho. O rio é a cidade e as pedras são as árvores que as aves precisam para se locomover. Ter uma única árvore ou várias em seu quintal é fundamental para a existência das aves na cidade”, explica Strauber.
Aproximar a população das aves é uma tarefa que a Secretaria Municipal do Meio Ambiente pretende levar adiante. Já está sendo estudado o lançamento de um guia de observação de aves.
“Temos um número de aves que ultrapassa até mesmo o registrado em países inteiros. Queremos usar esse potencial para demonstrar que é mais que possível a convivência saudável entre seres humanos e as outras espécies dentro de um ambiente urbano, essa interação é fundamental para a qualidade de vida”, declara o secretário do Meio Ambiente.
Fonte: ABN