EnglishEspañolPortuguês

Além de cruel, a produção de foie gras e de peles de animais desperdiça muita água

20 de maio de 2015
3 min. de leitura
A-
A+

Por Marli Delucca (da Redação)
O Projeto de Lei nº 537/2013 que foi aprovado pelos vereadores da cidade de São Paulo no começo do mês, agora depende da aprovação do prefeito Fernando Haddad.
A lei que “proíbe a produção e a comercialização de foie gras (patê de fígado gordo de ganso, iguaria típica da culinária francesa) e artigos de vestuário feitos com pele animal, além de poupar milhares de animais de um sofrimento desnecessário, vai ajudar a população da cidade a enfrentar a crise de água que piora a cada dia.
De maneira geral, os produtos de origem animal são disparados os maiores gastadores de água e contaminadores dos recursos hídricos.
O foie gras é obtido pelo método conhecido como gavage, cerca de 1 quilo de pasta de cereais (diluído em água), é introduzido em poucos segundos no esôfago do ganso (ou pato) por um tubo. A refeição compulsória acontece duas ou três vezes ao dia, por até três semanas.

Animal explorado para a produção de foie gras (Foto: Reprodução Internet)
Animal explorado para a produção de foie gras (Foto: Reprodução Internet)

O fígado da ave praticamente explode, multiplicando-se 50 gramas para 700 gramas – daí o nome foie gras, que, em francês, significa “fígado gordo” (com a bolota, o fígado atinge 400 gramas), e que também significa que para a fabricação do foie gras, é necessário água para a plantação do milho ou outro cereal para fazer a pasta (só a produção de milho consome 900 litros de água por quilo), água para a pasta, água para os animais, água para limpar a gaiola dos animais, água para limpar os animais depois de mortos, e água para limpar todo o local da produção de foie gras.
A indústria de peles não traz apenas a crueldade e o sofrimento dos animais, mas também gera uma grande destruição ambiental.
Devido ao tratamento químico a que as peles de animais são submetidas para que não apodreçam, os casacos de pele criados passam um processo no qual as substâncias químicas como o cromo, alumínio, titânio, zircônio, enxofre, e o cal, são descartadas nas tubulações de esgoto, contaminando todos os afluentes de água da região, e que acabam contaminando os rios, já que não são biodegradáveis na natureza, e sendo que todos são altamente cancerígenos para o ser humano.
A quantia de energia elétrica utilizada para produzir um verdadeiro casaco de pele de peles animais é de aproximadamente 20 vezes mais do que precisariam utilizar para fabricar um casaco de peles sintéticas. O descarte das carcaças de animais é feito em valas comuns, e normalmente ocorre próximas a plantações e mananciais, que também causa a contaminação.
A sujeira fica para a maior parte da população, enquanto alguns poucos desfilam com seus casacos e outros produtos feitos com peles de animais.
Os produtos químicos vão para os rios, e o custo do tratamento dessa água é arcado por todos nós para que o pecuarista lucre, o industrial lucre, o designer lucre, o estilista lucre, o governo comemore a entrada de divisas, e nós além de pagarmos a conta ficamos sem a água.
Consumo Consciente
Exigir que o prefeito Fernando Haddad sancione o Projeto de Lei 537/2013, que vai ajudar a todos os paulistanos a combater a escassez de água, e poupar milhares de animais do sofrimento e da crueldade.
Manifeste- se no twitter do Fernando Haddad – #SancionePL537_2013
Assine a petição para que a lei seja sancionada.
 

Você viu?

Ir para o topo