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Ativistas pelos direitos animais são punidos por fotografar porcos em fazendas industriais

13 de janeiro de 2015
3 min. de leitura
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(da Redação)

Foto: Waterkeeper Alliance Inc.
Foto: Waterkeeper Alliance Inc.

Existem leis contra a invasão de propriedade privada ou contra fotografar alguém sem permissão. Todas elas envolvem seres humanos, mas há uma legislação em Utah que inclui também os animais.

Quatro ativistas foram acusados de invasão criminosa em terras agrícolas e de “interferência em operações agrícolas”. A lei estadual diz que as pessoas não podem se envolver em operações secretas em fazenda industriais, e isso inclui ações para captação de fotos ou vídeos que são utilizados para denunciar os horrores da exploração de animais pela pecuária.

Porcas fêmeas exploradas para a reprodução (Foto: Farm Sanctuary)
Porcas fêmeas exploradas para a reprodução (Foto: Farm Sanctuary)

Os ativistas são do movimento Farm Animal Rights Movement, e eles estavam em Utah para fotografar porcos desde sua criação em Utah até a transferência para um matadouro em Los Angeles. O advogado do grupo diz que eles não fizeram nada de errado e não estavam invadindo, mas sim tirando fotos do lado da estrada. Os promotores, por outro lado dizem os quatro invadiram a propriedade, mesmo que por apenas alguns minutos enquanto tiravam fotos. As informações são do site Sputnik News.

“Todos nós nos olhamos e pensamos: o que é isso, o que interfere com a agricultura. Nenhum de nós tinha ouvido falar nisso”, afirmou o advogado Matthew Phillips ao The Salt Lake Tribune.

O grupo está programado para fazer uma aparição no tribunal na próxima quinta-feira, mas Phillips diz que eles esperam que o caso vá a julgamento para que eles possam apontar que o mesmo é inconstitucional e “completamente absurdo.” O advogado revelou os planos do grupo sobre a apresentação de uma ação civil pública contra o escritório do xerife local por detenção ilegal.

Porcos amontoados sob condições precárias (Foto: Compassion in World Farming)
Porcos amontoados sob condições precárias (Foto: Compassion in World Farming)

Utah não é o único estado a fazer isso. Pelo menos sete outras regiões americanas implantam as leis chamadas de “ag-gag”, ou lei da mordaça, que os críticos dizem são apenas uma tentativa por parte do agronegócio e seus aliados para impedir às pessoas de enxergarem a verdade sobre as atividades da indústria. Dois anos atrás, por exemplo, uma operação secreta em uma fazenda em Idaho levou a acusações de crueldade contra animais e multas para a fazenda, mas também resultou em uma lei estrita a respeito de qualquer um que investiga secretamente atividades agrícolas. O acusado pode pegar até um ano de prisão e uma multa de 5 mil dólares.

Grupos de direitos animais se uniram para desafiar essas leis. No entanto, eles estão contra adversários perigosos, dado que, por exemplo, a empresa Koch Brothers, que pratica a pecuária, financiou a American Legislative Exchange Council que liderou o movimento pela aprovação das leis “ag-gag”.

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