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Com quase 50 anos, chimpanzé Blackie poderá, finalmente, viver junto de seus semelhantes em Santuário do GAP

12 de novembro de 2014
2 min. de leitura
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O chimpanzé Blackie
O chimpanzé Blackie

Ao que se conhece de sua história, Blackie e outros três chimpanzés faziam números “artísticos” no circo Tihany. Apreendido pela polícia ambiental, foi para o zoológico de Ribeirão Preto e, por conta de um tratamento relativo a uma picada de escorpião, foi transferido para o zoológico “Quinzinho de Barros”, em Sorocaba, SP.

Blackie vive neste zoológico há 40 anos, boa parte deles em companhia de Rita. Mas a chimpanzé fêmea faleceu em 2011 e desde então o chimpanzé vive solitário.

Sem qualquer representante de sua espécie para que possa trocar olhares, toques, abraços e vocalizações, ele é, simplesmente, uma atração para o público de milhares de pessoas que visita o zoológico de Sorocaba.

Em 2004, quando seu recinto estava em reforma, ele e Rita viveram uma temporada no Santuário dos Grandes Primatas, em Sorocaba, afiliado ao projeto GAP. Naquele momento, houve uma tentativa frustrada para que ambos pudessem ficar em definitivo no santuário.

Em 2013, o filósofo e professor da universidade de Princeton, nos Estados Unidos, Peter Singer, autor, dentre outras obras, do livro “Libertação Animal” – uma das grandes referências relativas ao desenvolvimento dos diversos movimentos em defesa dos direitos animais – escreveu uma carta ao prefeito de Sorocaba, Antônio Carlos Pannunzio, solicitando a transferência de Blackie para o Santuário do GAP.

Pannunzio foi então o primeiro prefeito da cidade a visitar o local e a atestar sua importância como referência sobre as melhores condições em que um grande primata pode viver em cativeiro – amplos espaços, socialização com seus semelhantes e ausência de intensas, barulhentas e sistemáticas visitações.

As conversas sobre a possível transferência de Blackie prosseguiram e hoje podemos comemorar um grande avanço com a manifestação de apoio do secretário de governo do Prefeito de Sorocaba. Agora basta apenas que Pannunzio use sua caneta para que a sofrida história de Blackie possa terminar de forma diferente daquela de sua companheira, Rita.

Escreva para a Prefeitura de Sorocaba e exija que Blackie seja transferido imediatamente ao Santuário do GAP:

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Trechos da carta de Peter Singer ao Prefeito Antônio Carlos Pannunzio:

Os chimpanzés são uma espécie altamente gregária, e isso significa que Blackie precisa comunhão com outros chimpanzés. Mas atualmente ele é privado dessa interação social, o que configura uma condição insalubre do cativeiro, semelhante ao confinamento solitário por um ser humano.

Vários experimentos científicos provaram que os chimpanzés possuem alguns atributos mentais e emoções que estão em importantes aspectos muito semelhantes à espécie humana e sua exposição pública, exposição nos jardins zoológicos e usar como um mero objeto de entretenimento humano é agora amplamente considerado eticamente inaceitável.

Respeitosamente peço ao Senhor que aprove a proposta de Blackie ser enviado para o Santuário, onde poderá viver com vários outros membros de sua espécie, manifestando seu comportamento social normal.

Fonte: Projeto GAP

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