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Macaco vive acorrentado em cativeiro no Recife (PE)

30 de junho de 2011
2 min. de leitura
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Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
Um macaco acorrentado a uma mangueira tem chamado a atenção de quem passa pela Avenida Abdias de Carvalho, uma das principais vias do Recife, que liga a BR-232 ao Centro. O animal, nativo da caatinga, é mantido em cativeiro pelo dono de uma oficina de motocicletas. O mecânico Geraldo Miguel da Silva revela ter encontrado o bicho no quintal da casa, nº 1455, há 18 anos. “Acorrentei porque se deixar solto ele mexe em tudo dentro de casa”, diz o criador.

Geraldo disse ter autorização do Ibama para a guarda do macaco, na verdade uma macaca. “É Quica. Ela tem até ciúme de mim quando está no cio”, revela o mecânico. Quica come de tudo. “Biscoito, bolo, salgadinho, o que der ela aceita. Mas o que gosta mais, claro, é de banana e de frutas e verduras em geral”, revela.

Adestrado, o animal obedece ao comando de deitar, dá a mão para o tutor e até finge catar piolhos dele. Entre os galhos, usa a ponta da cauda para afastar a corrente de ferro. Os elos deixam marcas na pele e no pelo do macaco-prego.

Um passageiro de ônibus que costuma passar pelo local diariamente, pela manhã, conta ter visto várias vezes o animal enrolado na corrente. “Quando pula de um galho para o outro, a corrente vai se enroscando no corpo do animal, de forma que chega um momento em que ele fica completamente imobilizado e só consegue se livrar com a ajuda de uma pessoa”, descreve.

Na avaliação do biólogo Marcos Fialho, que analisou as fotos do animal a pedido do JC, no lugar de acorrentado. “A corrente pode provocar lesões na pele e no pelo do animal e, em alguns casos, até causar danos em órgãos internos”, adverte o técnico do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros (CPB). O centro, com sede em João Pessoa, é vinculado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Ministério do Meio Ambiente.

Segundo Fialho, o animal pertence à espécie Cebus libidinosus, encontrada na caatinga e no cerrado. “Possivelmente, esse animal chegou ao Recife, que está no domínio da Mata Atlântica, pelas mãos do tráfico de animais”.

O Ibama não confirma se o mecânico tem autorização para criar o animal. “Temos que ir até o local e depois checar nosso cadastro. Assim, na hora, não dá pra saber”, diz o biólogo Edson Lima, coordenador do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas).

Um dos 11 tipos de macacos-pregos existentes, o Cebus libidinosus pesa de 1,5 a 4 quilos. Alimenta-se principalmente de frutos, além de flores, ramos novos, insetos, ovos de pássaros e pequenos vertebrados.

Fonte: JC

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