EnglishEspañolPortuguês

A revolução de Gary Yourofsky

26 de agosto de 2011
4 min. de leitura
A-
A+

Gary Yourofsky não é nenhum filósofo russo do século XVI. É um jovem americano que já foi preso várias vezes por defender os animais.

Ele não vende livros, não busca associados nem pede dinheiro e se define apenas como um ativista. Mas o que todo mundo estranha é quando ele declara “estou pronto para ser preso” e vai, mais uma vez, explicar-se perante as autoridades em mais uma ação prática contra circos, laboratórios, frigoríficos etc.

Criminoso? Não.

Falando para mais de 7500 pessoas em apenas um ano, Gary tem sido convidado para dar suas palestras em grandes universidades no mundo todo e é cada vez mais respeitado, mesmo pelos que sentem-se ameaçados por seus conceitos.

Por que, então,  já teria sido preso treze vezes?

Por explicar, com clareza, um pensamento que contraria o interesse em lucros da poderosa indústria da exploração animal, autora da propaganda que nos controla os hábitos.

Isso mesmo, aquela mesma indústria que, há 2011 anos, era a dona da criação e venda da carne e foi ameaçada pelos conceitos de piedade, compaixão e respeito ao próximo. Aquele mesmo tipo de indústria que, ameaçada, na época financiou as autoridades que assassinaram Jesus.

O mandamento bíblico diz “Não matarás” e não tem nenhum adendo explicando “Não matarás  animal de espécie diferente da sua”.

É “Não matarás” e ponto.

Significa que o holocausto que, diariamente, realizamos contra os companheiros que dividem conosco a habitação do mundo é anti-ético, criminoso e de proporção gigantesca.

A matança pela carne, a experimentação em laboratórios, as festas de rodeio, as rinhas, os maus-tratos domésticos, os circos, o adestramento de golfinhos, a pesca de toda forma são, sem contra-argumentos, CRIMES monumentais que acontecem diariamente, onde os bandidos são pagos para chacinar os inocentes ou a submeter-lhes ao ridículo e numa condição contrária à sua natureza. E o pior, em todos esses casos isso é feito em busca de LUCRO.

Enquanto você lê este artigo, existem no Brasil cerca de cinco mil caminhões imundos, de campos de concentração, rodando pelas rodovias carregados de inocentes a caminho da morte nos matadouros. E esses inocentes sabem muito bem o que lhes espera daqui a pouco.

Animais usam olhos para enxergar, usam patas para se locomover, usam boca para comer, usam intestinos para defecar, nariz para cheirar e ouvidos para ouvir. Sem novidades.

Humanos usam olhos, pés, boca, intestinos, nariz e ouvidos para que?

Para as mesmas coisas!

Grande descoberta científica? Claro que não. Todos sabem disso desde que nascem.

Por que, então, algumas pessoas levantam dúvida de que o cérebro seria a única parte de nossos semelhantes corpos que os animais usariam para algo diferente de nós?

Cérebro existe para pensar e não há nenhum estudo científico no mundo que contrarie isso. Portanto, os animais pensam de modo semelhante ao nosso sim, sabem quando estão sendo levados para morrer e sofrem sim.

Sofrem como os escravos sofreram nos porões dos navios quando foram traficados por criminosos.

Sofrem como os judeus sofreram quando foram enfiados nos trens que os levariam aos campos de concentração e morte nazistas.

Aliás, “cientistas” nazistas adoraram fazer experiências com cobaias humanas impedidas de reclamar.

E nesse momento, aqui mesmo na FAMERP, também existem “cientistas” com animais sofrendo dores horríveis, aprisionados para render verba em seus lucrativos experimentos. Dentre inúmeros “avanços” que testam, vejam que inteligência prodigiosa, tentam descobrir se cigarro provoca câncer.

O que querem, no fundo, é a verba do projeto, paga com dinheiro público. Paga com nosso suor.

Reclamamos dos salários dos políticos? Procure levantar quanto embolsam esses pesquisadores…

Tudo gira em torno de grana. Muita grana!

Bastou ter uma possibilidade de abocanhar uma verba, acaba o escrúpulo e abrem-se as brechas legais para o crime ser permitido, isso todo mundo já sabe. Mas quando o crime é praticado contra animais, então, a coisa é ainda muito mais fácil.

Animais não falam nossa língua, animais não fazem exame de corpo de delito quando agredidos, animais não sofrem investigação quando são assassinados, animais têm poucos aliados humanos ocupando cargos públicos (vereadores, prefeitos, juízes, delegados, promotores, governadores, deputados). Por isso, são mantidos por nós humanos em regime escravo e sem perspectiva de mudança.

A má notícia, infelizmente, vem para nossa saúde: em virtude de todo esse uso animal que nos habituamos a fazer, estamos cada vez mais doentes, gordos e insensíveis.

Comemos pus de vacas com inflamação misturado ao leite (pasteurizado, mas não sem pus), queijo e derivados. Canibalizamos corpos de seres que são até 98% idênticos a nós geneticamente. Forçamos as crianças a comerem carne, mesmo com a repugnância que isso lhes causa naturalmente no início. Então temos câncer de intestino, aterosclerose, hipertensão, diabetes, doenças cardíacas e, só depois da proibição médica, constatamos nossa estupidez alimentar. Depois, tarde demais, concordamos em abolir a gordura animal do cardápio.

É por falar sobre tudo isso, apresentando provas e convencendo pessoas, que Gary Yourofsky tem se tornado tão querido e também tão odiado pois, abrindo os olhos das pessoas, ele vai também causando prejuízos em alguns setores industriais, obrigando-os a sair do conforto.

Convido você a conhecer mais o pensamento de Gary Yourofsky no vídeo que está em nosso blog: www.adalbertoamaral.com.br

Boa reflexão e um domingo com muita disposição.

Adalberto Amaral é protetor dos animais, presidente da ONG AJUDAA.org, instrutor de mergulho e administrador de empresas

Você viu?

Ir para o topo