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Estreia de "Mogli - O menino lobo" traz discussão sobre crianças criadas por animais

24 de abril de 2016
3 min. de leitura
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Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Foto: Reprodução/The Jungle Book
Foto: Reprodução/The Jungle Book

Com o lançamento do novo filme “O Livro da Selva”, que conta a famosa história do menino chamado Mogli que é criado por lobos, ressurge a questão: “Animais realmente podem criar bebês humanos?”

Ocorrências como essa são reportadas há séculos, como a lenda romana dos gêmeros Rômulo e Remo, que teriam sido criados por lobos e até alimentados por um pica-pau.

Mas seriam estas histórias verdadeiras? Há muitos casos que sugerem que sim, é possível que animais cuidem de bebês humanos, não apenas entre lobos e cães, mas também ovelhas, ursos, macacos e até avestruzes.

Desses animais, os lobos e cães permanecem os mais suscetíveis a criar uma criança. Um caso emblemático é o de Oxana Malaya, uma menina de sete anos que os ucranianos encontraram vivendo entre cães em 1991, tendo sido abandonada pelos seus pais cinco anos antes, segundo o Daily Mail.

Foto: Reprodução/The Jungle Book
Foto: Reprodução/The Jungle Book

Oxana não conseguia falar, corria de quatro e latia, além de se limpar como um cão. Quando sua história veio a público, ela passou a ser conhecida como a “menina-cadela” e constantou-se que ela foi cuidada pelos cães, que ofereciam abrigo e alimentos a ela.

Sete anos depois, surgiu o caso de Ivan Mishukov, um menino de seis anos que foi apelidado de “menino-cão” ao ser encontrado pela polícia de Moscou nas ruas da cidade. As companhias dee Ivan eram uma matilha d cães, para quem ele pedia comida. Em troca, os animais o aqueciam no frio e o protegiam.

Enquanto Oxana parece ter assimilado o comportamento animal, Ivan se manteve tipicamente humano, apesar de quase não falar e apenas se comunicar por rosnados. De qualquer forma, ambos foram ressocializados e cresceram em novas famílias como adultos normais.

Mas há casos em que a criança não consegue se adaptar novamente à sociedade. Em 1988, na Uganda, um menino de três anos chamado John Ssebunya assistiu à mãe ser morta pelo próprio pai. Depois disso, a criança fugiu para a selva e passou a viver com um grupo de macacos pelos próximos três anos, sendo alimentado e cuidado por eles. John ficou conhecido como o verdadeiro “Mogli” ou “Tarzan”, pois levou muitos anos para se reabilitar como humano e chegou a desenvolver até mesmo pelos corporais abundantes ainda criança. Hoje ele tem 32 anos e está totalmente ressocializado.

Foto: Reprodução/The Jungle Book
Foto: Reprodução/The Jungle Book

Na opinião da antropóloga Mary-Ann Ochota, muitos casos são falsos. “Uma criança ser criada por animais é uma lenda comum em muitas culturas, mas dificilmente se aplica à realidade,” diz Ochota. “No caso dos Moglis da vida real, é comum que a relação entre a criança sobrevivendo na selva e os grupos de animais seja superestimada.”

Ela acredita que as histórias dessas crianças são mais sobre o abuso e a negligência infantil do que sobre a relação entre animais e humanos. Trata-se de uma certa romantização das relações entre seres humanos e animais selvagens, mas que pode contribuir para o reconhecimento da complexidade dos animais não-humanos e a necessidade de respeitar seus direitos – pois a compaixão com outras espécies está claramente presente.

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