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Polícia investiga morte de cão por eutanásia, em SP

23 de março de 2012
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A família descobriu o paradeiro de Gabriel pelo Facebook, ao ver uma foto do beagle no canil; O cão, porém, foi sacrificado (Foto: Facebook/Reprodução)

Um inquérito policial foi aberto para investigar a prática de eutanásia em animais no Centro de Controle de Zoonose de Araraquara, interior de São Paulo. A polêmica começou após o cão Gabriel, da raça beagle, ser sacrificado na última terça-feira (20).

Segundo o delegado Arnaldo Davóglio Filho, titular do 1º DP do munícipio, um B.O. foi feito pelos tutores do cachorro que estava desaparecido desde o começo do mês. A família descobriu o paradeiro de Gabriel pelo Facebook, ao ver uma foto do beagle no canil, postada pelo grupo Proamma (Proteção dos Animais e do Meio Ambiente). Ao chegarem ao CCZ, na terça-feira, o animal havia acabado de ser sacrificado.

O gestor do órgão, Tony Emerson Alves de Souza, afirmou que o cão chegou ao canil no dia 8, com sarna, um caroço na boca e cego de um olho. “Quando um cachorro chega aqui, esperamos 72 horas para que o tutor compareça. A veterinária ficou com dó e deixou mais tempo. Aqui no Centro, os animais doentes são eutanasiados”, disse.

Segundo o artigo 2 da lei estadual 12916, de 16 de abril de 2008, é proibida a eliminação da vida de cãe e gatos, com exceção “feita à eutanásia, permitida nos casos de males, doenças graves ou enfermidades infecto-contagiosas incuráveis que coloquem em risco a saúde de pessoas ou de outros animais”. Só em fevereiro, foram feitos 29 processos de eutanásia em animais no CCZ. Na quarta-feira (21), um inquérito policial foi instaurado para averiguação dos procedimentos adotados pelo órgão.

A veterinária responsável pelo canil, Anabel Jacqueline Martins da Silva, afirmou que o procedimento da eutanásia está correto, já que a sarna poderia atingir humanos e estava colocando em risco outros animais no canil. “A sarna é uma zoonose e contaminaria todo meu canil. Eu não posso deixar um animal doente contaminando outro. Como não tratamos de animais, eu precisava (fazer a eutanásia). Não tinha mais condições de esperar. O Centro de Zoonose tenta fazer um pouco de tudo, mas ele não é canil de abrigo”, afirmou.

Segundo Tony, após as 72 horas no canil do Centro, os animais deveriam ser encaminhados para a Gerência de Saúde Animal, sob o comando da Secretaria do Meio Ambiente, mas o órgão está ainda se estruturando. “É uma secretaria nova e a Gerência está sem canil”, disse Tony.

A veterinária, que autorizou o processo de eutanásia, diz ainda que o Centro deve ser o primeiro lugar a se procurar um animal desaparecido. “Eu resolvi, por livre e espontânea vontade, esperar além das 72 horas. Ele era mais velho, vi que não era um animal de rua. Mas o estado (de saúde) dele piorou. Não tinha mais condições de esperar, esperamos por 12 dias e a tutora apareceu no dia que eu tinha feito a eutanásia”, conta.

Além do inquérito, um abaixo assinado, proposto pelo Proamma e pela ONG S.O.S Melhor Amigo, tem sido divulgado pelas redes sociais. Em carta ao prefeito da cidade, Marcelo Barbieri, eles pedem a exoneração da veterinária e defendem que o CCZ passe a fazer parte da Secretaria do Meio Ambiente.

Após a repercussão do caso, a Secretaria de Saúde de Araraquara decidiu afastar a partir desta sexta-feira a veterinária, para que o caso seja apurado. De acordo com a prefeitura da cidade, a profissional deve ficar afastada do cargo pelo menos até que seja concluída a investigação.

Assine aqui a Petição online criada para pedir o fim do sacrifício dos animais no CCZ de Araraquara.

Fonte: Terra

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