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Onda anti-touradas suspende eventos em diversos municípios na Espanha

22 de julho de 2015
4 min. de leitura
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Por Loren Claire (da Redação)

Foto: Rodrigo García
Foto: Rodrigo García

Os pré-contratos feitos com empresários dos eventos que exploram touros estavam assinados há dias ou até meses antes das eleições, mas isso não foi obstáculo para que as autarquias recém-eleitas suspendessem as corridas e outros eventos relacionados a esse tipo de crueldade inseridos nas festas locais. Os cancelamentos dos eventos aconteceram durante a semana passada em municípios como A Coruña, Gandía, Mancor de la Vall, Pinto e Alzira. Cidades como Huesca e Alicante também planejam seguir o mesmo caminho, mas somente a partir do ano que vem e após a realização de um referendo. A nova prefeita de Madrid também prometeu não destinar ¨nem um euro público¨ para eventos que exploram os animais. As informações são do site de notícias 20 Minutos.
Galiza
O município de A Coruña decidiu a semana passada suspender a Feira Taurina, apesar do pré-contrato assinado com um empresário. O prefeito de A Coruña, Xulio Ferreiro (Marea Atlántica), prometeu durante a campanha eleitoral ¨não financiar a exploração de touros, nem outros espetáculos de maltrato animal¨. A plataforma abolicionista ¨Galicia, Mellor Sen Touradas¨ aplaudiu a medida e destacou que esta decisão pode abrir o debate sobre a possibilidade de impulsionar uma iniciativa legislativa popular sobre a abolição das corridas de touros.
Comunidade Valenciana
É a região onde mais tem aparecido novos municípios anti-touradas. Em Gandía – localidade da Comunidade Valenciana onde não foram realizadas corridas de touros durante 24 anos, até 2012 – as coligações políticas que atualmente governam a região, PSOE e Mes Gandía, decidiram eliminar as festividades taurinas sob os argumentos de que ¨Gandía é contra o maltrato animal¨e porque ¨é uma despesa que não pode ser assumida atualmente¨. Em Alzira, onde os chamados ¨bous al carrer¨começaram a ser celebrados há sete anos com o apoio do PP (Partido Popular) também teve tais celebrações canceladas pelos novos governantes (Compromís), com o argumento de que a maioria da população não aprova tais práticas na localidade. Além desses, outros municípios valencianos, como L’Horta, Xàtiva e Aldaia planejam realizar referendos sobre a organização de eventos que exploram touros. Em Alicante, por sua vez, o tripartido PSOE, Guanyar e Compromís prevê retirar o apoio financeiro e ajudas públicas à praça de touros, e em 2017 acabarão definitivamente tais festividades.
Ilhas Baleares
Mancor del Vall (Maiorca) é, desde o dia 1 de Julho, o povo balear número 18 na lista dos declarados ¨municípios anti-touradas¨, a pedido do novo prefeito, de Mes per Mancor. A capital, Palma de Maiorca, poderá também integrar a lista, debate previsto para o próximo dia 30 de Julho, o primeiro da legislatura. Com o propósito de pressionar as autoridades, a associação ¨Mallorca sin sangre¨(Maiorca sem sangue) convocou uma manifestação para o sábado dia 25 de Julho. A lista de municípios anti-touradas na Espanha abriga atualmente um total de 101 localidades. A primeira a encabeçar a lista foi Tossa del Mar (1989) e a última a se juntar aos demais foi Ariany (Maiorca), em Janeiro de 2015.
Aragão
O município de Huesca também está suscetível a questionar seus cidadãos sobre a celebração dessas cruéis festividades. O prefeito, Luis Felipe (PSOE), disse recentemente que ¨não proibirá nada¨, mas abrirá uma via de diálogo para que as pessoas decidam o modelo de festas que querem para a Feira de São Lourenço. ¨Se houvesse o ‘não’ como proposta para o espetáculo de touradas, seriam os cidadãos que decidiriam, pois haveria um referendo para isso¨, garantiu à mídia local.
Comunidade de Madrid
Em Madrid, os ganhadores do município de Pinto, Ganemos Pinto, também decidiram deixar de financiar as largadas e corridas de touros. O último plenário municipal foi celebrado no final de Junho. Por sua vez, a prefeita de Madrid, Manuela Carmena, também tinha em seu programa de governo deixar de financiar as touradas. O grupo governamental ¨Ahora Madrid¨renunciou o seu espaço na platéia da Praça de Touros Las Ventas e não financiará a escola de toureiros. Somos Alcalá optou por sair da comissão de festividades para evitar ter que colocar touros na programação habitual.
Os abolicionistas vêem estes tímidos primeiros passos como um ¨avanço positivo porque demonstra que os partidos perceberam que há uma necessidade da população de acabar com o drama que vivem os animais nessas festividades¨, nas palavras de Amanda Luis, do Pacma. Ela considera que o não financiamento destes eventos ainda não é o suficiente. ¨Se o que queremos é construir uma sociedade mais justa e ética, os eventos taurinos não só devem deixar de ser subsidiados, como também devem ser proibidos. Ou a tortura deixa de ser humilhante quando é paga com o dinheiro privado?”, disse. Sua proposta é uma¨proibição, gradual, mas proibição¨, sem deixar de lado outros ¨maus-tratos a animais como a caça e o abandono de cães¨, acrescenta.

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