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Gatos são assassinados para consumo em festa no Peru

20 de setembro de 2013
2 min. de leitura
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Por Vinicius Siqueira (da Redação)

Centenas de gatos serão mortos para consumo em festa no Peru (Foto: Reprodução)
Centenas de gatos serão mortos para consumo em festa no Peru (Foto: Reprodução)

A festa de Santa Ifigênia, chamada de “Festa do gato”, acontecerá neste fim de semana, no Peru. O que faz esta festa ter um gosto amargo é uma de suas peculiaridades: centenas de gatos são abatidos para o consumo humano. As informações são do La Tribuna.

Manifestantes do país começaram uma onda de protestos para evitar que a festa, que ocorrerá na cidade de La Quebrada, seja realizada.

O brutal consumo de gatos começou na década de 90, por iniciativa da própria população, mas sempre foi rejeitado por grupos de defesa dos direitos dos animais e é tido pela população como uma das manifestações da celebração religiosa de Santa Ifigênia.

“É um costume cruel, absurdo e retrógrado”, disse Corinne Schirmer, da associação Unidos Pelos Animais (UPA), que havia iniciado com outras organizações, como a Ação Antiespecista, uma grande campanha para abolir o consumo de carne de gato no país, mesmo tendo este evento um caráter religioso.

Sobre isso, Schirmer dispara, “Não somos contra a festa de Santa Ifigênia, mas somos totalmente contra o consumo de gatos”, que passam por torturas durante o festival e são mortos por afogamento, e ainda acrescenta, “Nós descobrimos que há gatos especiais que são mantidos em gaiolas e engordados especificamente para esta época”.

Em um dado momento, segundo a líder da UPA, o festival se transforma em um campo de caça aos gatos, onde os animais são amarrados a cordas uns nos outros e foguetes de festa são lançados para assustá-los e fazê-los correr.

Congresso

No Congresso peruano, o deputado José Urquizo dirigiu uma carta às autoridades municipais de La Quebrada para impedir que a matança ocorra. De acordo com Urquizo, as autoridades têm a obrigação de zelar pela vida dos gatos, os protegendo deste tipo de horror. O próprio deputado também apontou que o festival é contra a Lei de Proteção dos Animais Domésticos e Silvestres, do Peru.

Yolanda Medina, prefeita da cidade de La Quebrada, tenta justificar o consumo de gatos por ser uma prática já tradicional. “É um costume de anos, as pessoas criaram o mito de que se alimentar de um filhote dá vida longa”, disse Medina.

“Não obrigamos ninguém a comer gato, quem vem à festa também encontra sopa”, completou a prefeita.

Nota da Redação: Dizer que ninguém é obrigado a comer gatos é ignorar o aspecto religioso da festa. Comer gatos faz parte do ritual e se torna, sim, uma obrigação para aqueles que participam e que desejam celebrar à Santa Ifigênia. Entretanto, este costume foi criado na década de 90. Dizer que é tradição é tentar se esquivar das críticas, já que não há nenhuma justificativa plausível para o consumo de gatos em nenhuma celebração.

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