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Abrigos abandonam animais nas ruas por falta de planejamento nos EUA

18 de novembro de 2013
3 min. de leitura
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Por Amary Nicolau (da Redação – Canadá)

Foto: Reprodução
Abrigos sem controle e planejamento acabam lotados e não oferecem o mínimo necessário para os animais. (Foto: Reprodução)

No mês passado, o Portsmouth Humane Society em Virgínia, EUA, um abrigo que segue a política de não matar animais, foi pego “adotando” cerca de 300 gatos e depois de um tempo começou a abandoná-los nas ruas e florestas próximas. Um funcionário que soltou seis gatos próximo de onde mora encontrou dois deles mortos, vítimas de atropelamento. As áreas onde os gatos foram despejados são muito próximas a uma estrada movimentada. As informações são do All Pet News.

Esses gatos dependem de seres humanos para sua sobrevivência como: comida, água e assistência veterinária. Quando abandonados, eles sofrem e morrem por exposição, ossos quebrados que não são tratados, infecções por parasitas e doenças contagiosas, como a raiva. Eles são rotineiramente envenenados, baleados por pessoas cruéis que não querem os gatos em suas propriedades, são atingidos por carros, atacado por cães, e por aí vai.

O abandono desses gatos indefesos pela Portsmouth Humane Society é um exemplo assustador de como a teoria do “não matar” sem planejamento, em alguns abrigos, falha com os animais que dependem deles. A presidente da PETA, Ingrid Newkirk,  diz que este é um problema crescente e uma preocupante tendência atual. É claro que não deve-se condenar a prática de defesa da vida dos animais a qualquer custo. Matar animais está fora de cogitação em um abrigo de real defesa e preocupação, entretanto, é necessário medidas administrativas que possibilitem o bom funcionamento do local.

Muitos abrigos que adotam a filosofia “não matar” acabam por fechar suas portas quando todas as “gaiolas” já estão ocupadas, deixando os animais nas ruas ou nas mãos de pessoas que não querem os animais. O único abrigo com esta filosofia em Northampton, na Pensilvânia, está superlotado e só recebe animais que realmente precisam. As autoridades locais dizem que os policiais gastam turnos inteiros tentando localizar tutores de cães e na condução para levar os animais para abrigos, que muitas vezes ficam em outros municípios.

Em setembro, a filosofia “não matar” também entrou em vigor no SPCA de Nova Scotia, no Canadá, e tem uma lista de espera de mais de 1.000 gatos para serem admitidos. Abrigos, nos EUA, enfrentam situações semelhantes. A filosofia do “não matar” é ideal, não há erro em adotá-la e, na verdade, ela é a filosofia correta para qualquer organização que pretende realmente ajudar animais, mas é necessário estabelecer regras e avaliação periódicas sobre as condições dentro das organizações para o recebimento de novos animais.

Alguns abrigos que adotaram o “não matar”, acabam por mandar os animais para casas de “voluntários” ou organizações que se prontificam a cuidar do animal, mas não verificam se realmente existem condições para isso. Em setembro, as autoridades encontraram mais de 200 cães em condição deplorável no santuário Mission Desert Hills Dog  em Chaparral, no estado do Novo México. Muitos dos cães estavam com ferimentos graves, que indicavam violência sexual. Uma voluntária disse que os animais viviam em cima de outros animais mortos, em suas próprias fezes, sem água e sem comida. São dezenas de casos como este que vêm fazendo manchetes todos os dias.

Toda pessoa que ama e respeita os animais não quer ver os cães e gatos na rua e também é contra a dita “eutanásia” nos mesmos. Mas, simplesmente  implantar políticas de “não matar” sem conter o fluxo de animais, também passa a colocar esses animais em perigo e em destinos que podem ser ainda muito piores do que a morte. O problema precisa ser contido pela raiz, ou seja, pela esterilização e castração de todos os animais, e trabalhando para dar um fim às fábricas de filhotes, uma vez que já existem milhares de animais a procura de um lar.

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