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Cerca para conter imigrantes na Europa pode provocar extinção de vários animais selvagens

17 de agosto de 2016
3 min. de leitura
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Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Foto: Martin Lindic
Foto: Martin Lindic

O número de mortes de animais mortos por uma cerca de arame farpado feita para barrar imigrantes na região dos Balcãs, na Europa, está aumentando e o que é pior: isto ocorre mesmo com os alertas de que ursos, linces e lobos podem ser extintos na região caso a barreira seja concluída e consolidada.

A Eslovênia começou a erguer uma barreira em frente à fronteira com a Croácia como uma medida temporária para refrear o fluxo de requerentes de asilo no país, a maior parte deles originária da Síria, Iraque e Afeganistão. Como resultado, isto criou um enorme obstáculo para os animais se deslocarem pela área, segundo o The Guardian.

Embora as migrações tenham diminuído drasticamente, o Ministério do Interior da Eslovênia está propondo uma mudança na lei para evitar que fatores ambientais desacelerem a extensão da barreira.

Pesquisadores da Universidade de Ljubljana encontraram várias toneladas de arame farpado armazenadas a céu aberto no quartel militar perto da fronteira croata.

A implantação dos arames poderia ser acelerada por meio de uma alteração que tem sido debatida na legislação de controle de fronteira do estado. A proposta isentaria as construções relacionadas à barreira de “regulamentos que regem a proteção do ambiente, assim como a conservação da natureza e da água”.

Foto: Arthur Neslen
Foto: Arthur Neslen

Com o isolamento geográfico, os 10 lobos remanescentes na região dos Balcãs estão seriamente ameaçados, já que isso prejudica as rotas de migração para acasalamento dos animais, segundo um estudo publicado no PLOS Biology.

Outras espécies enfrentam uma situação ainda pior. “Os linces de Dinaric podem ser definitivamente extintos com a construção da cerca de arame farpado”, disseram os autores do estudo.

O felino só foi reintroduzido na cadeia montanhosa Dinaric em 1973 depois que foi prejudicado pela atividade humana.

Uma nova pesquisa ainda não divulgada por Slaven Reljic, um dos autores do estudo publicado no PLOS, adverte que os 1.500 ursos da região – já ameaçados pela brutal caça de ‘’troféus” – teriam um declínio irreversível.

Acredita-se que muitos cervos ficaram preso nas cercas enquanto procuravam alimento. Uma vez presos, eles se “enroscaram” ainda mais no arame farpado em uma tentativa desesperada de escapar de uma morte dolorosa causada pela extrema perda de sangue e exaustão.

Ainda que os números de animais mortos pela barreira sejam controversos, é evidente que, mais uma vez, espécies inocentes têm sido prejudicadas pelos seres humanos.

Um porta-voz do governo croata disse que a barreira era uma “reação de pânico” da Eslovênia que causou um grande dano nas relações políticas e nos meios de subsistência locais.

“Para os animais selvagens que moram em habitats da área, este arame farpado é um obstáculo intransponível que faz com que muitos deles sejam mortalmente feridos a cada dia. Se esta cerca permanecer por 10 anos ou mais, os animais serão prejudicados geneticamente”, afirmou o porta-voz.

 

 

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