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Ambientalista segue baleia jubarte com prancha de stand up paddle em Ipanema (RJ)

16 de junho de 2014
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Ambientalista usa prancha de stand up paddle para seguir baleia jubarte em Ipanema - Bruno Barreto
Ambientalista usa prancha de stand up paddle para seguir baleia jubarte em Ipanema – Bruno Barreto

Uma baleia jubarte atraiu olhares de turistas que curtiam o sol na Praia de Ipanema, na Zona Sul do Rio, no fim da tarde deste domingo. O mamífero passeava na altura do posto 8 e foi seguido pelo ambientalista Bruno Maia, que pegou uma prancha de stand up paddle para acompanhar o animal.

Entre um esguicho de água e outro, era possível observar o coro de turistas que se surpreendeu com a presença do animal e a coragem do rapaz em segui-la. À medida em que a baleia se distanciava da orla, o ponto de referência para avistá-la era a prancha.

“Fiquei surpreso em ver o animal tão de perto. E todos ficamos apreensivos pois o rapaz chegou a cair da prancha algumas vezes — observou o fotógrafo Bruno Barreto, que registrou imagens da inusitada perseguição”.

Após meia hora de passeio, o mamífero seguiu em direção às Ilhas Cagarras, e o ambientalista retornou à orla são e salvo.

“Para mim é uma emoção muito grande. É poder contemplar a natureza, o outro”,  resumiu Maia.

Segundo ele, o animal estava ferido no dorso, mas não se mostrou agressivo. Essa é a segunda vez que Maia persegue uma baleia. No ano passado, ele acompanhou uma orca com seu filhote, relembrou.

Como explica o oceanógrafo da Uerj David Zee, as baleias jubarte são dóceis e neste período do ano migram do mar gelado da Antártica para as águas do litoral brasileiro, cujas temperaturas chegam à 20 graus. Viajam até Abrolhos, no litoral Sul da Bahia, para se reproduzirem.

“É uma viagem muito longa e, como ela estava ferida, deve ter buscado um descanso em águas mais quentes. Como passamos por uma frente fria, o mar aberto está agitado e, provavelmente, essa baleia procura mais tranquilidade. Por aqui, ela consegue se alimentar de pequenos camarões e peixes”, explicou o oceanógrafo.

O pesquisador relembrou que a baleia jubarte saiu do status de “extinção”, passando para “quase ameaçado”. De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente e do Instituto Baleia Jubarte, havia entre 500 e 800 destes animais nas últimas três décadas em Abrolhos. Na última contagem, em 2011, foram registrados 14 mil deles. A expectativa é que neste ano sejam vistas 20 mil baleias naquela região.

Neste período do ano, correntes marítimas das Ilhas Malvinas também trazem outros animais do Pólo Sul para o litoral fluminense, como pinguins e leões marinhos, explica Zee.

Fonte: O Globo

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