EnglishEspañolPortuguês

Programa prevê redução de mortes de animais em rodovias, em MS

15 de outubro de 2011
3 min. de leitura
A-
A+
Animal morto por atropelamento na BR 262, trecho que fica dentro do Pantanal. Foto: Divulgação

Só no mês de setembro, 42 animais foram atropelados entre Anastácio e Corumbá, local que está com obras de restauração do pavimento e implantação de acostamentos na BR 262, que fica no trecho dentro do Pantanal. Os dados são do Programa de Monitoramento de Atropelamento de Fauna, do ITTI (Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura), que faz parte do Programa de Gestão Ambiental para reduzir esse índice.

O monitoramento começou em junho deste ano e já registra 192 animais mortos, sendo que 17 deles envolvem espécies raras ou ameaçadas de extinção. O programa tem o objetivo de percorrer semanalmente os 284 km do trecho entre Anastácio e Corumbá a uma velocidade de 60 km/h. As inspeções contam com o apoio da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), campus Pantanal, em Corumbá.

De acordo com a coordenadora do programa, a bióloga Marcela Barcelos Sobanski, quando a equipe encontra uma carcaça, é feito o registro da espécie, das coordenadas geográficas, da vegetação, da situação da pista e o animal é retirado da rodovia. Esse monitoramento está programado para ocorrer até junho de 2012.

Com os dados coletados, dentro de um ano será possível identificar pontos de maior concentração de atropelamentos. Com isso, conforme a assessoria do ITTI, serão testadas alternativas para diminuir essas incidências, tais como telamento em trechos da rodovia, redutores de velocidade, armadilhas fotográficas e educação ambiental.

Educação Ambiental

Outro programa em destaque é o de educação ambiental que está previsto para acontecer até maio de 2012. Já foram definidos dois articuladores locais para Corumbá, dois em Miranda e um em Anastácio. Eles serão responsáveis por propagar a educação ambiental na região e contribuir para a redução do número de atropelamento de animais.

“O pessoal da região é o mais indicado para saber a necessidade do local e os seus costumes. Nossa única exigência foi a indicação de pessoas capacitadas e com nível superior na área ambiental”, explicou uma das pedagogas do programa, Susy Bortot Hüpker.

De acordo com a pedagoga, a área de comunicação do ITTI se responsabilizará pela informação dos motoristas, enquanto o setor de educação tem três públicos específicos: os profissionais da educação, trabalhadores da obra e a comunidade em geral.

A responsabilidade por elaborar, supervisionar e executar os programas previstos para a BR-262 exigidos pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para oferecer a licença ambiental é do ITTI, da UFPR (Universidade Federal do Paraná), conveniado ao DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte).

Dados estatísticos

De junho a setembro, foram registrados 192 animais atropelados, sendo que 81% deles são mamíferos. Conforme a assessoria do ITTI, também foram observados atropelamentos de espécies raras e ameaçadas de extinção, como anta, tamanduá-bandeira, lontra e jaguatirica.

De acordo com a bióloga Marcela Barcelos é bom lembrar que esses números são subestimados em até 50%. Isso porque existem animais que não morrem imediatamente na beira da estrada, e animais pequenos, que logo são carregados por outros necrófagos, que se alimentam de restos orgânicos, como plantas e animais mortos.

Além disso, as estatísticas da Polícia Rodoviária Federal mostram que foram registrados 173 acidentes nesse trecho em 2010, sendo que 70% são devido a saída da pista e atropelamento de fauna. As autoridades informam que muitas saídas da pista são para desviar de animais.

O problema é que na maioria dos casos, apenas carros pequenos danificados são registrados, porque acionam seguro. Já as carretas e os caminhões, simplesmente passam por cima, mas não ficam comprometidos, então não entram neste cálculo.

Fonte: Midiamax

Você viu?

Ir para o topo