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Foca e tartarugas são torturadas e mortas em rituais de curandeiros da medicina africana

14 de dezembro de 2016
3 min. de leitura
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Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Foto: SPCA
Foto: SPCA

Ativistas pelos direitos animais e inspetores da SPCA do Cabo da Boa Esperança (África do Sul) estão preocupados com o aumento do número de animais mortos para serem usados pela medicina tradicional africana (muti).

Inspetores da vida selvagem observaram vários casos de abuso de animais, incluindo o caso de uma foca capturada na região nos últimos dias. A SPCA suspeita de um curandeiro tradicional – que atua na residência onde a foca foi encontrada – e deve acusá-lo de crueldade contra animais.

Os inspetores foram alertados sobre a foca mantida ilegalmente na propriedade, possivelmente com a finalidade de ser usada na medicina tradicional. “Quando chegamos à cena, ela estava deitada na areia quente sob a luz solar. Ela teve um grave trauma na cabeça que causou inchaço em um olho e estava tendo convulsões”, disse a inspetora Janet van der Vywer.

O tratamento veterinário falhou e a equipe não teve escolha a não ser induzir a morte da foca. Belinda Abraham, porta-voz da SPCA, afirmou que a organização estava confusa sobre como o animal foi transportado ou sedado.

Foi a primeira vez em que ela viu uma foca usada na medicina tradicional africana. No entanto, ela disse que eles estavam cientes de que a medicina tradicional oriental faz o mesmo com a espécie.

Segundo Abraham,  há leis específicas que podem ser usadas contra os suspeitos deste caso. A Lei de Proteção de Aves Marinhas e de Focas de 1973 estabelece que “ninguém deve perseguir ou atirar ou perturbar deliberadamente, matar ou capturar qualquer ave marinha ou foca”.

Se a foca foi removida de uma área protegida marinha, então os suspeitos também poderiam ser acusados por violação da Lei de Recursos Marinhos  Vivos de 1988. Eles também poderiam igualmente ser acusados pela infração da Lei de Proteção dos Animais nº 71 de 1962.

Em outro caso em Phumlani, perto de Grassy Park, um morador foi pego vendendo uma serpente ferida. “Ao examinar a cobra, descobrimos que ela parecia ter uma parte traseira quebrada – provavelmente como resultado de ser golpeada em toda a sua espinha, a fim de ser subjugada”, disse a instrutora de vida silvestre da SPCA, Minette Pieterse.

A organização de resgate de animais Tin Can Town também resgatou duas tartarugas em Blikkiesdorp. Clarina Hanekom, desenvolvedora de recursos da Tin Can Town, disse que uma das tartarugas, de uma espécie em perigo, foi encontrada morta. Já a outra estava fraca e com sangue sob seus escudos.

“Acredita-se que estas duas tartarugas deveriam ser usadas para muti”, explicou Town. Os residentes disseram às organizações que as tartarugas tinham a habilidade de protegê-los de espíritos maus e que gostaram de mantê-los como animais domésticos.

Hanekom disse que uma tartaruga seria liberada de volta ao seu habitat natural, uma vez que se recuperou. Abraham relatou que as tartarugas eram às vezes usadas como um afrodisíaco. Segundo ela, muitas tartarugas foram encontradas com suas conchas perfuradas.

Abraham pediu para as pessoas não apoiarem os curandeiros que prejudicam animais e a SPCA também receia que os burros se tornaram as últimas vítimas do comércio de partes de animais para uso médico no Extremo Oriente.

A organização contou que houve um aumento no sequestro de burros devido ao aumento da demanda dos animais  usados como subprodutos na Ásia, reportou o IOL.

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