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Em nome de Deus

13 de fevereiro de 2012
2 min. de leitura
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Foto: Reprodução

A notícia da BBC Brasil não é tão nova (26 janeiro 2012). Mas faz pensar. Trechos:

“O Ministério Público do Trabalho (MPT) afirmou nesta quinta-feira (26) que investigará as denúncias de maus-tratos na fábrica da Sadia em Samambaia, no Distrito Federal. Os trabalhadores, todos muçulmanos, atuam no abate de frangos pelo método halal, selo requerido pelos países de maioria islâmica que importam a carne brasileira”.

O abate halal requer que os animais tenham suas gargantas cortadas manualmente por seguidores do islã, que devem pronunciar a frase ‘Em nome de Deus, Deus é maior!’ (Bismillah Allahu Akbar, em árabe) antes de cada degola. O gesto deve cortar a traqueia, esôfago, artérias e a veia jugular, para apressar o sangramento e poupar o animal de maior sofrimento. Embora ocorra dentro da fábrica da Sadia, a atividade é terceirizada e executada pela empresa CDIAL Halal, braço do grupo religioso CDIAL (Centro de Divulgação do Islã para América Latina), baseado em São Bernardo do Campo (SP).

Os funcionários dizem efetuar tarefa repetitiva e extenuante (cada um degola cerca de 75 frangos por minuto, sem possibilidade de executar outras atividades) e reclamam por serem transferidos de Estado com frequência”. A CDIAL Halal, que presta serviços para quase todas as empresas brasileiras que exportam carne para os países islâmicos, diz empregar cerca de 350 funcionários no abate halal, 90% dos quais provêm de países africanos ou asiáticos como Senegal, Somália, Bangladesh, Paquistão, Iraque e Afeganistão. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior, a exportação de frango halal para países muçulmanos rendeu cerca de R$ 5 bilhões ao Brasil em 2011”.

Observações:

1) Os operários estão reclamando e provavelmente com razão. Foram apanhados no fogo cruzado de uma economia globalizada. Mas alguém vai perguntar o que os frangos acham dessas condições?

2) Esses funcionários matam 75 frangos por minuto. Isso quer dizer que eles devem enfiar a faca pelo pescoço de uma ave a cada 0,8 segundo.

3) Entre os objetivos desse método está “poupar o animal de maior sofrimento”. Como ter esse cuidado matando um frango em menos de um segundo?

4) São 350 funcionários no abate halal. Cada um matando 75 frangos a cada minuto. O que soma o total de 26.250 mortes por minuto. Ou 1.575.000 por hora. 12.600.000 por dia de trabalho. 378.000.000 de frangos mortos por mês.

5) Burocratas, governantes e empresários sorriem satisfeitos com os 5 bilhões de dólares que vendemos de frango só para países muçulmanos. Na falta de produtos mais sofisticados para oferecer, nos tornamos potência mundial na exportação da morte.

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