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União Zoófila recusa muitos pedidos de pais que procuram solução para férias dos filhos

11 de agosto de 2014
3 min. de leitura
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Teresa Guilherme participou numa das campanhas.
Teresa Guilherme participou numa das campanhas.

Muitos pais procuram na União Zoófila a solução para as férias dos filhos, mas a associação rejeita os pedidos por considerar uma atividade desadequada para crianças e alerta que o voluntariado não é um campo de férias.
Apesar de a União Zoófila – Ajuda e Proteção aos Cães e Gatos Abandonados só aceitar voluntários a partir dos 18 anos, muitos pais pensam que seria bom ocupar os tempos livres das crianças na associação, disse à agência Lusa Mafalda Ferreira.
“Temos muitos pedidos nesse sentido que recusamos”, disse Mafalda Ferreira, sublinhando que a associação “não é um campo de férias e seria perigoso para as crianças.
Para se fazer voluntariado na União Zoófila é necessário um prévio conhecimento dos animais e os voluntários são acompanhados inicialmente por um voluntário sénior até ganharem “alguma autonomia em relação aos animais para que não haja problemas”, adiantou.
Contactada pela Lusa, Maria João Pulido, da Fundação São Francisco de Assis, em Cascais, disse que recebe “com muita frequência” pedidos para menores de 18 anos fazerem voluntariado, mas não é permitido.
“Para cuidar dos animais é preciso alguma cautela, de repente o cão vira-se e a criança não se defende. Portanto, não me parece muito bem, seja para cão, seja para gato”, disse Maria João Pulido.
“Se o pai trouxer o filho é da sua responsabilidade, está acompanhado. Agora a criança só, não. É mesmo a partir dos 18 anos”, frisou.
Nas férias de verão aumentam os pedidos de jovens para fazer voluntariado junto das associações, que agradecem esta ajuda tão necessária.
“O voluntariado é uma das necessidades permanentes da União Zoófila” e os pedidos aumentam nas férias, mas o ideal seria que a ajuda continuasse além deste período, disse Mafalda Ferreira,
Na União Zoófila, os voluntários têm de estar preparados para limpar as boxes, escovar e mimar os animais, ajudar na recolha e armazenamento de ração, entre outras tarefas.
A associação conta com mais voluntários ao fim de semana e nas férias, sendo o problema durante a semana: “O trabalho e os animais são os mesmos e, às vezes, temos dois, três voluntários, o que é um bocadinho dramático, porque o trabalho é imenso”, sublinhou.
A Fundação São Francisco de Assis também regista mais pedidos para voluntariado nas férias.
“Temos um grupo que está cá há alguns anos e há outros que vão aparecendo, normalmente são jovens que se apresentam porque estão de férias”, disse Maria João Pulido.
Na Assistência Médica Internacional (AMI), onde a idade mínima para ser voluntário é 16 anos, os contactos também começam a aumentar no final do período escolar.
“Temos mais jovens a pedir e muitas vezes são os pais a contactarem se o filho pode fazer voluntariado nas férias”, disse Mafalda Melo e Castro.
“Quando são as rotinas dos equipamentos sociais (roupeiros e refeitório) os pais não pedem para os filhos mais novos fazerem porque sabem que é um ambiente muito pesado”, mas se for uma recolha de alimentos num supermercado podem, porque têm sempre o apoio de uma pessoa da AMI, explicou.
Este trabalho é muito importante para os jovens e para a AMI: “Queremos voluntários que nos ajudem, mas queremos mudar as mentalidades e pô-los a agir contra a indiferença”, adiantou Mafalda Melo e Castro.
Na Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) os pedidos de jovens para integrar ações de voluntariado chegam com mais incidência durante o ano letivo, tendo havido um acréscimo sobretudo entre a população universitária.
“Durante o período de férias, aumenta a disponibilidade dos jovens para fazer voluntariado”, mas apenas da população mais nova, sobretudo a frequentar o ensino secundário”, disse Dulce Simões, da CVP.
*Esta notícia foi escrita, originalmente, em português europeu e foi mantida em seus padrões linguísticos e ortográficos, em respeito a nossos leitores.
Fonte: D Notícias

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