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O que pode ser banido hoje! Produção de Peles

11 de abril de 2011
6 min. de leitura
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Diversas questões relacionadas ao bem estar animal precisam ser revistas, pois estão completamente ultrapassadas, e remete-se a uma época em que os homens viviam em cavernas e possuíam pouquíssimos recursos para sobreviver.

A produção de peles de animais para a indústria da moda é uma dessas questões. As peles, coincidentemente, começaram a serem usadas na época primitiva para aquecer os homens que viviam em cavernas frias e sombrias e não possuíam outros recursos para sobreviver do frio. Essa prática ainda se mantém nos dias de hoje.

Entretanto, a criação de animais selvagens e domésticos apenas para o uso de sua pele em prol da luxúria humana, tem encontrado grande repúdio do público em geral.

A indústria da moda que alimenta o cruel comércio de peles já não tem tanto espaço no mundo atual. Mesmo assim, alguns designers insistem em utilizar este tipo de produto.

O uso de casacos de pele, infelizmente, já foi fator que significava riqueza, bom gosto e luxo, com certeza os consumidores de peles se negam a ver a realidade da produção. Hoje usar pele significa vergonha e ignorância.

Vergonha por incentivar atos de intensa crueldade contra outros seres indefesos e ignorância por viver em um mundo onde o debate sobre as questões ambientais é intenso, e o indivíduo dando o péssimo exemplo de carregar peles de cadáveres sobre o corpo.

A verdadeira realidade a que são submetidos os animais na indústria de peles é aterrorizante, por isso, tem existido grande controvérsias nas últimas décadas sobre o seu uso, as evidências sobre o nível de crueldade e sofrimento envolvido tem tornado claro que a criação e o abatimento de animais selvagens e domésticos para a utilização de sua pele é completamente antiético. Os animais criados em fazendas de produção intensiva de peles sofrem terrivelmente, com vidas curtas e miseráveis dentro de gaiolas nojentas, cheios de medo e stress, com machucados, infecções e deformidades.

Os designers, que ditam a moda com peles precisam pegar sua parcela de responsabilidade pelo sofrimento desnecessário que estes animais são submetidos.

Não há desculpas para aceitar as garantias da indústria da moda referente aos valores financeiros movimentados, este é um assunto de responsabilidade pessoal, os designers têm criado a demanda para um produto que causa sofrimento extremo em milhões de animais.

Na atualidade existe a defesa intensa do meio ambiente, em que temas como a continuação de vida no planeta terra, a necessidade de economizar água, de proteger espécies em extinção, do consumo ético, e outros temas de suma importância apresentam-se no topo das listas de prioridades de governos e nações, por isso, práticas antiéticas e primitivas como a produção de peles precisa ser extinta.

Por esses motivos disseminam-se mundialmente movimentos contra tais práticas, já existe um movimento mundial ‘a sexta sem pele’, que já completa três anos e em todos os anos mais países aderem a esta manifestação.

Constantemente protestos e repúdios contra essa prática e as pessoas que alimentam tal prática se tornam frequentes e frequentes nas mídias em todo o mundo.

Esses protestos já têm conseguido atingir méritos, a União Européia proibiu a importação, exportação e venda de peles de cães e gatos, em que a China é o produtor mundial.

Inúmeras investigações já foram feitas para demonstrar o trato desumano reservado a esses animais. Em 2010 a Animal Defenders International lançou a campanha “Colheita Sangrenta”, na qual desmascarou a indústria de produção de peles na Finlândia, pois a mesma mantinha animais doentes e mortos dentro das gaiolas, demonstrando o nenhum cuidado que era reservado a estes animais.

A investigação secreta durou sete meses e estudou as condições das fazendas de produção de pele de raposas e visons, em trinta lugares na Finlândia.

O Governo Finlandês assegurou que estas fazendas possuíam registro e funcionavam de acordo com padrões éticos de bem estar e saúde desses animais, entretanto, não foi o encontrado pela investigação. Mais de sete horas de filmagens e mais de 1500 fotografias demonstraram a terrível realidade desses animais, descaso e crueldade.

A conclusão da investigação é que nenhuns dos trinta lugares observados possuíam um padrão razoável que deveria ser assegurado pela Associação Finlandesa de Produção de peles, e muitos animais possuíam lesões graves. Além disso, o confinamento desses animais resulta em sérios problemas, como comportamentos estereotipados, dentre eles o canibalismo.

Esses animais além de sofrerem com técnicas bárbaras de apreensão, confinamento e descaso, sofrem intensamente com as formas de abate, sendo a mais comum a eletrocussão anal, na qual um cabo e colocado em seu ânus e boca fritando seus órgãos internos, muito animais acordam desta eletrocussão ou não são completamente mortos, no meio da depelação, isto significa que muitos animais são depelados vivos. Também existem outros métodos de abatimento: animais são retirados de suas jaulas e golpeados contra o chão, outros são esmagados com enormes marretas de metal, gás, quebra de pescoço, entre outras formas.

Entretanto o nosso país, que nem possui um clima propício para o uso de roupas tão quentes como casacos de pele, é o maior exportador de peles de chinchila. É algo muito terrível, porque a confecção de um casaco de pele de chinchila utiliza aproximadamente 200 animais.

Para banir tal prática existe um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados – PL 5956/2009. Este projeto tramita em caráter conclusivo, isto significa que não precisa ir a plenário, apenas precisa ser aprovado nas comissões pertinentes da casa. É uma ótima notícia, pois tem um regime de tramitação, que pode ser mais curto, entretanto o ponto negativo, é que a criação de chinchila no Brasil para a comercialização de sua pele é um mercado em ascensão, principalmente por o Brasil ser o principal fornecedor. Os criadores do Rio Grande do Sul apresentam-se muito entusiasmados com a atividade e todos querem aumentar a produção, o que é uma lástima.

Todavia, a movimentação mundial é totalmente o contrário. Cada dia mais Governos aderem ao movimento de proibição de tal prática, devido às evidências antiéticas desta atividade, como também o público tem respondido veemente contra a crueldade aos animais e aos danos ambientais oriundos da produção de peles.

A Áustria foi o primeiro membro da União Européia a proibir as fazendas de produção de peles, quando nove regiões do estado introduziram proibições nos anos 1990. A última fazenda de visons foi fechada em 1998.

A Inglaterra e Países de Gales estabeleceram a proibição de fazendas de produção de peles em novembro de 2000, seguido da proibição da Escócia em 2001.

Na Holanda as fazendas de raposas e chinchilas foram proibidas desde 1995. Em junho de 2009 o Parlamento Holandês introduziu a proibição para visons, mas ainda está em tramitação. Em 2006 um ato de proteção animal da Croácia proibiu a criação de animais para a produção de peles.

Em Israel uma proposta para estender a lei contra a produção, importação, exportação e venda de peles incluindo todos os animais foi recentemente aprovada, seguindo uma decisão anterior que proibiu peles de cachorros e gatos, entretanto, possui algumas exceções religiosas.

A União Européia baniu o uso de armadilhas para captura de animais selvagens, como também a importação de peles de animais que foram capturados desta maneira.

Como já foi exposto a produção de peles custa um grande sofrimento de animais indefesos para alimentar a indústria da moda, que possui alternativas sintéticas para a utilização de produtos similares. Em contrapartida existe um forte movimento mundial para a sua proibição, pois com a consciência e os recursos existentes na sociedade contemporânea, não há justificativa capaz de defender tal atividade. O Brasil apesar de possuir um mercado ascendente na produção de peles, também adere o movimento mundial para o seu completo banimento.

Escreva aos parlamentares de seus estados explicando a realidade da indústria de produção de peles e pedindo apoio ao projeto de lei que proíbe tal pratica em todo território nacional.

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