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Índia vai se tornar maior exportadora mundial de carne bovina

10 de julho de 2013
2 min. de leitura
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Por Robson Fernando de Souza (da Redação)

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

A Índia, histórico país dos animais sagrados e das religiões de compaixão para com os seres vivos, está para se tornar o maior exportador de carne bovina do mundo. Este ano ela deverá exportar nada menos que 2.160 toneladas desse tipo de carne, superando a também vergonhosa marca de 1.450 toneladas exportadas pelo Brasil.

Hindus, budistas, jainistas e membros de outras sabedorias nativas lamentam o rápido crescimento da exploração e matança de vacas e bois no seu país. Em 2009, a Índia já exportava a já lamentável marca de 609 toneladas anuais de carne bovina.

Essa explosão da pecuária bovinocultora indiana é atribuída à sangrenta “Revolução Rosa”, levada a cabo pelo Partido do Congresso, da dinastia Nehru-Gandhi – que vem com isso envergonhando o nome Gandhi e a memória do seu inesquecível filho Mohandas Karamchand, o Mahatma -, “revolução” essa que consiste em expandir o bizarro mercado da carne naquele país e no exterior.

O governo indiano, embalado pela iniciativa desse partido, deu à bovinocultura subsídios de 500 milhões de rúpias, equivalente a cerca de 9 milhões de dólares, e cinco anos de isenção de impostos.

Com isso, os hindus tradicionalmente apegados ao respeito aos bovinos, chamados pela tradição hinduísta de “Aghnya” (aquele que não deve ser morto), vêm protestando e lamentando essa política de exploração animal. Tem destaque nesses protestos o partido nacionalista hindu Bharatiya Janata Party (BJP), que, embora considerado de direita, tem mostrado uma postura semelhante aos veganos da esquerda libertária ao redor do mundo de respeito aos animais não humanos.

Naendra Modi, membro do partido, escreveu em seu blog em 2012: “É triste que o governo promova o massacre de vacas e a exportação de carne bovina. Nossos valores indianos não nos permitem matar a nossa mãe, a vaca.” Fazem coro ao BJP defensores dos animais, que vêm denunciando a crueldade extrema contra os bovinos por parte das fazendas de gado e dos matadouros.

A Índia vem abandonando assim sua milenar reputação de berço das religiões-filosofias de compaixão e respeito aos seres sencientes. Nação que originou o hinduísmo, o jainismo e o budismo, alicerçadores históricos de muitos movimentos pacifistas, ambientalistas e defensores dos Direitos Animais, vem tendo sua história e fama manchadas com o sangue dos bois e búfalos assassinados pela pecuária local – ironicamente apoiada por um partido cuja dinastia fundadora leva o sobrenome de um dos mais admirados vegetarianos e pacifistas da História – Gandhi.

Faz-se mais do que necessário que os indianos veg(etari)anos reajam contra esse crescimento da pecuária em seu país, mostrando que não é nada tolerável que os pecuaristas tratem vidas historicamente veneradas como sagradas como meros produtos.

 

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