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Elefante desfruta da liberdade após viver acorrentado durante anos para tirar selfies com turistas

3 de janeiro de 2017
3 min. de leitura
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Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Foto: Wildlife SOS
Foto: Wildlife SOS

Que diferença um ano faz. Pouco antes do Natal de 2015, Suraj, um elefante asiático de 45 anos, passara quase metade de sua vida em uma sala escura e estéril de 12 pés – uma ironia porque seu nome significa “ensolarado” – preso a uma corrente pesada.

Apesar de sua magreza, de seu rabo quebrado, da orelha perdida – que provavelmente foi arrancada quando ele foi capturado ainda filhote – ele vivia em um templo em Maharashtra, na Índia central e era obrigado a aparecer em intermináveis selfies tiradas por moradores e turistas.

Ele só saía da sala uma vez por ano para participar de uma procissão religiosa até que entrou em desespero e tentou fugir através da multidão, causando um incidente em que uma pessoa morreu. Por isso, foi sentenciado a ficar acorrentado até que morresse de inanição, desidratação e depressão.

Foto: Wildlife SOS
Foto: Wildlife SOS

Felizmente, a Wildlife SOS India entrou em cena, ajudada por doações de pessoas que souberam sobre o elefante: 40 mil compartilharam uma reportagem do Daily Mail sobre a difícil situação de 600 elefantes de templo acorrentados e contribuíram para um momento dramático em 21 de dezembro de 2015.

Surpreendentemente, apesar da equipe de resgate de 90 pessoas e uma multidão de 200 que não queriam que o animal visto, como um “troféu”, saísse, Suraj estava dormindo quando seus salvadores chegaram, sem saber que sua miséria estava prestes a terminar.

Em meio ao caos e aos protestos dos funcionários que alegavam “cuidar” dele, mas que são homens que usam o medo para controlar esses animais enormes e sensíveis, Suraj foi calmamente ao veículo que o esperava a caminho de Ascot.

Foto: Wildlife SOS
Foto: Wildlife SOS

Agora, um ano depois, Suraj está no Wildlife SOS’s Elephant Conservation and Care Centre em Mathura, Nova Deli. Nomeado um dos animais mais influentes pela revista Time em 2016, ele rivaliza com o residente mais famoso do refúgio, Raju, o elefante filmado em lágrimas quando foi liberto de correntes depois de mais de 50 anos.

Nem tudo foi simples. Anos de má nutrição deixaram o sistema digestivo de Suraj comprometido e ele tinha muitos ferimentos. Seus pés estavam em um estado terrível, com rachaduras profundas em suas unhas, pés inchados e uma perna dianteira torcida, causando um abscesso entre as unhas.

O pior de tudo é que ele apresentava sintomas de trauma psicológico. Em várias ocasiões, deitava-se à noite e depois entrava em pânico, fraco demais para ficar sem a ajuda de um guindaste no local (estruturas de apoio foram agora construídas em seu recinto para ele se deitar). Em tempos mais difíceis, ele recebeu fluidos intravenosos.

Hoje, ele gosta de uma dieta verde, de frutas e legumes. Seu alimento favorito é amendoim, que recebe como uma recompensa por sua cooperação durante o tratamento.

Depois que descobriu a piscina, tornou-se viciado na sensação de leveza que ela traz. Acima de tudo, porém, Suraj adora seus passeios.

Após tantos anos acorrentado em uma pequena sala, é fantástico vê-lo passear livre, forragear, investigar novos cheiros e sons. Ele tem tentado bravamente deixar o passado cruel de 20 anos para trás, informou o Daily Mail.

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