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Toninha albina registrada em SC é 1º caso documentado no mundo

1 de dezembro de 2011
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Este é o primeiro caso documentado de albinismo para a espécie no mundo (Foto: Projeto Toninhas/Univille/Divulgação)

A equipe do Projeto Toninhas registrou a presença de um filhote albino de toninha (Pontoporia blainvillei) na Baía da Babitonga, no litoral norte de Santa Catarina. Este é o primeiro caso documentado de albinismo para esta espécie de cetáceo no mundo.

O albinismo é caracterizado pela pouca ou nenhuma pigmentação nos olhos, pele ou pelo (quando presente) dos animais, segundo a bióloga Marta Cremer, da Universidade da Região de Joinville (Univille), coordenadora técnica do projeto. “É uma condição herdada geneticamente e também ocorre em seres humanos, sendo considerada muito rara”, afirma.

No Brasil, o albinismo em mamíferos marinhos já foi documentado para a baleia-franca (Eubalaena australis) e o boto-cinza (Sotalia guianensis).

Toninhas

A Baía da Babitonga abriga uma população residente de toninhas que já vem sendo estudada há mais de dez anos. A bióloga acredita que o filhote tenha nascido na última semana de outubro na baía, que é utilizada por estes animais para reprodução, alimentação e descanso.

Segundo ela, o filhote estava acompanhado de um adulto, provavelmente a mãe, e era totalmente branco. “Filhotes de toninha são totalmente dependentes da mãe até aproximadamente um ano de vida e se alimentam exclusivamente do leite materno até os seis meses, quando passam a ingerir pequenos peixes”, explica. Ainda segundo a pesquisadora, a cor do cetáceo poderá sofrer algumas alterações ao longo do tempo, adquirindo um tom acinzentado ou rosado.

O projeto

O Projeto Toninhas desenvolve atividades de pesquisa e educação ambiental destinadas à conservação das toninhas, espécie de golfinho mais ameaçada de todo o Atlântico Sul Ocidental. No início de outubro deste ano, os pesquisadores do projeto instalaram transmissores satelitais em cinco indivíduos da espécie, residentes na Baía da Babitonga, que foram capturados em uma operação especial, com a colaboração de pesquisadores argentinos e norte-americanos.

O projeto inclui estudos sobre distribuição, dinâmica populacional, padrões de residência, uso de habitat e comportamento de toninhas, além da análise de parâmetros biológicos a partir de animais encontrados mortos na região. A importância da Baía da Babitonga para a conservação da espécie foi um dos motivos que levou o governo federal e instituições locais a propor a criação de uma unidade de conservação de uso sustentável na área. “Esperamos que em breve este processo seja retomado”, reforça a bióloga.

Fonte: Terra

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