(da Redação)

Na Irlanda, as lebres têm sido o centro de uma grande controvérsia. Depois de anos de um esporte abusivo a levar os gritos de morte das lebres por toda a extensão do país, algum resultado parecia finalmente estar sendo alcançado. Para aquelas poucas pessoas empenhadas que lutaram desesperadamente para salvar esta delicada criatura dos horrores da “corrida de lebres” – um sádico “esporte” no qual o animal é perseguido e morto por galgos ingleses – a batalha foi dolorosa e disputada contra todas as chances.

Em seu livro Bad Hare Days (algo como “Os dias não estão para lebres”), John Fitzgerald, ativista em defesa dos animais, escreve sobre o que considera o “espetáculo de morte mais bárbaro do mundo”, e a luta contra a prática no seu período mais negro, os anos oitenta.

A campanha pacífica de conscientização que ajudou a promover junto a, inicialmente, poucos ativistas, conquistou o público e alcançou o que parecia ser uma importante vitória para as lebres. Mas os problemas estavam – e estão – longe de terminar. Apesar de não poderem mais ser mordidas pelos galgos, agora forçados a usar focinheira, as lebres ainda podem ser derrubadas, surradas e torcidas feito uma boneca de pano através dos campos de corrida.

Além de descrever a trágica condição das lebres, o livro trata da história dos altos e baixos da militância vivida pelo autor durante estes anos de campanha. Ele pagou um alto preço por lutar pelo que acreditava. Violentamente perseguido, foi detido repetidas vezes na calada da noite e levado a recintos secretos, onde foi submetido às mais sádicas técnicas de intimidação psicológica, todas visando a uma falsa confissão ou incriminação de terceiros.

O emprego de técnicas ilegais e desumanas manchou profundamente a imagem da Gardai, a polícia nacional. O autor merece elogios pela resistência aos prolongados interrogatórios e por ter mantido intacta sua campanha, persistindo convicto na militância contra a crueldade aos animais.

O livro, em inglês, pode ser encomendado aqui.