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Zoológico: impróprio para crianças e animais

31 de janeiro de 2012
2 min. de leitura
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A Vanguarda Abolicionista e ONGS da coalizão Lugar de Animal fizeram manifestações em frente ao Minizoo da Redenção, em Porto Alegre. O objetivo do ato era dar apoio à iniciativa da Prefeitura em fechar o local, cujas condições foram reprovadas pelo Ibama. Um dos argumentos mais cansados que vemos por aí é de que a existência desses parques zoológicos é importante para a educação das crianças. Elas precisam ver os animais “estranhos” e a isso chamam de educar.

A realidade dos zoológicos está longe de ser educacional. São depósitos de animais e, quando abrem as portas à visitação, as cenas são tudo, menos educacionais.

Professores, sob o pretexto de “atividades extraclasse”, levam as turmas para fazerem baderna em torno dos animais. Nenhuma atividade é mais deplorável, tanto para o animal humano quanto para o não humano. Os atuais zoológicos precisam de reformulações sérias. Não podem continuar sendo palco para troca de figurinhas, digo, animais exóticos, nativos. Nem podem estocar animais e expô-los ao ridículo e à visitação permanente. Temos, sim, que lutar por santuários de preservação, onde a visitação, se não rara, pode ser inexistente. Lugares sérios são assim.

Hoje temos imensos recursos educacionais, como vídeos, materiais diversos, e não precisamos usar o animal como objeto de admiração que sinceramente não educa de forma alguma.

Essas visitas servem apenas para mostrar as condições indignas em que os animais vivem. E boa parte das crianças não aprende nada nestes lugares. Sou professora há mais de 10 anos e, pela minha experiência, levar alunos para ambientes assim é uma forma antiprática de educar. Aulas dirigidas em locais próprios, sem a exposição dos animais são bem-vindas, mas excursões não.

O caso do minizoo em Porto Alegre é um exemplo. As pessoas passeiam ali. É um item a mais do parque. Não há nenhuma conscientização quanto à situação dos animais. E quando foi tomada a decisão de acabar com aquilo, que nem mesmo o Ibama aprovou, ainda teve gente que esperneou.

Ou seja, quando algo pode melhorar, mudar, as pessoas lutam pelo conservadorismo. Querem ter o item do parque, os macacos, as figurinhas. Mesmo que tenham ido ali apenas uma única vez, ou nunca! Não podemos pensar nos animais? Levá-los para locais apropriados? Alguns escrevem grosserias afirmando que o que queremos na verdade é soltá-los na via pública.

Isso é coisa de pessoas sem noção, que não respeitam os animais. Gritam liberdade segurando correntes. Lutamos pela liberdade dos animais, sim! Mas até o momento da readaptação ao ambiente natural  (que é obrigação humana, já que fomos nós que os trouxemos ao nosso convívio egoísta) eles precisam de lugares adequados. E podem ter certeza de que há verbas e locais para isso. Falta apoio popular. Até mesmo apoio político nós temos neste caso.

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