LIBERDADE

Papagaios feridos em tempestade são devolvidos à natureza após tratamento

10 de junho de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Fortes chuvas tornaram necessário o resgate de 58 papagaios no final de maio. Depois de serem tratados, 21 deles retornaram ao habitat.

Foto: IAT | Força Verde

Dez dos 58 papagaios resgatados após uma tempestade em Paranavaí, no Paraná, foram devolvidos à natureza na última terça-feira (8). Resgatados no final de maio no distrito de Santa Mônica, os animais ficaram feridos após uma chuva de granizo despencar sobre o município. A tempestade causou a morte de outras 70 aves, encontradas já sem vida.

Além dos 10 papagaios que foram soltos, outros 11 estão aptos à soltura e devem retornar ao habitat a partir da próxima quinta-feira (10). Parte das aves sobreviventes foi resgatada pelo Instituto Água e Terra após ser levada para uma universidade em Londrina.

Dos animais que ficaram sob a tutela da instituição, oito permanecem em tratamento e 11 morreram em decorrência dos ferimentos.

De acordo com o IAT, as aves estão sendo medicadas, alimentadas e hidratadas. Aquelas que não conseguem se alimentar por conta própria devido à debilidade do estado clínico estão recebendo alimentação através de sondas.

O objetivo é salvar a vida do maior número possível de papagaios e, posteriormente, devolvê-los à natureza em segurança para que possam voltar a viver em liberdade e se reproduzir no habitat, garantindo a preservação da espécie.

Vítimas do tráfico de animais silvestres, os papagaios sofrem nas mãos de caçadores que os retiram do habitat e os traficam, submetendo-os a condições degradantes – que muitas vezes lhes levam à morte – e forçando-os a viver em cativeiro para o resto da vida. Mas não é só o tráfico que submete esses animais a vidas miseráveis, já que o comércio legalizado de papagaios e outros animais silvestres também é prejudicial para a fauna.

Os problemas do comércio de animais silvestres e a impunidade

Ativistas pelos direitos animais são enfáticos em dizer que por fim ao tráfico de animais silvestres não é o bastante para livrar essas espécies dos maus-tratos em cativeiro. Isso porque animais comercializados legalmente também podem ser maltratados.

A única maneira de garantir qualidade de vida aos animais silvestres que, por alguma razão, não podem retornar ao habitat é encaminhando-os a santuários e colocando fim à ideia de que eles podem ser tratados como objetos de desejo daqueles que querem trancafiá-los em jaulas.

Existe um abismo de diferença entre os animais domésticos e os silvestres. Os segundos não podem ser domesticados, criados dentro de residências para agradar humanos que gostam de vê-los como animais que os fazem companhia. Os desejos humanos não podem passar por cima dos direitos de seres vivos.

O comércio, legal e ilegal, de animais silvestres, no entanto, não é o único problema para essas espécies, que também sofrem por conta da impunidade gerada pelas legislações brandas do Brasil. Criminosos ambientais comumente reincidem nos crimes porque não são exemplarmente punidos e, assim, voltam a vitimar animais que merecem viver em paz na natureza, sem que sejam retirados dela para o tráfico ou reproduzidos legalmente em criadouros que os condenam a viver dentro de uma jaula para sempre.

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