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NORUEGA

Baleias-minke são capturadas e aprisionadas para experimentos auditivos

26 de maio de 2021
Bruna Araújo | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Divulgação

A Noruega planeja capturar 12 baleias-minke e prendê-las por até seis horas com eletrodos presos aos corpos dos animais em um experimento auditivo. O objetivo do estudo é aumentar a compreensão de como a audição dos animais funciona e o quanto ela alcança. Os pesquisadores por trás do estudo afirmam ainda que o experimento tem uma função benéfica, que é avaliar o impacto da poluição sonora das atividades humanas.

No entanto, a iniciativa está sendo alvo de críticas de um grupo de cientistas e veterinários. Representantes da organização Whale and Dolphin Conservation estão pedindo o cancelamento da pesquisa e afirmam que o experimento “tem potencial significativo para causar lesões, estresse e pode levar à ‘miopatia de captura’, ferimento ou morte de animais selvagens como resultado do estresse ou esforços para lutar contra a captura e contenção”.

Eles salientam ainda que as baleias capturadas para os testes vivem em estado selvagem e não estão habituadas com o contato humano, podendo reagir com violência caso se sintam em perigo. Outra preocupação levantada é a exatidão dos resultados, pois a pesquisa aconteceria em um contexto não natural, tornando difícil ver como ela produziria dados significativos que poderiam ajudar a informar as decisões políticas para proteger as baleias.

A Norwegian Food Safety Authority (Autoridade Norueguesa de Segurança Alimentar) concedeu autorização para a pesquisa e afirma que os resultados do experimento trarão benefícios tanto para as baleias minke quanto para as outras espécies. O órgão salientou ainda que estudou cuidadosamente as consequências para o bem-estar das baleias, mas a equipe da Whale and Dolphin Conservation não se convenceu. “Pedimos que este projeto seja interrompido, pois pode levar a um trauma considerável para as baleias visadas, sem contribuir para a ciência útil”.

Vanessa Williams-Gray, gerente de políticas da Whale and Dolphin Conservation, vê os testes com desconfiança: “Esta experiência é mal concebida e desnecessária – já sabemos que o ruído feito pelo homem em nosso oceano danifica e perturba as baleias. Temos sérias preocupações sobre as implicações para o bem-estar animal. As baleias minke tendem a ser ariscas, especialmente as juvenis”, pondera.

E completa: ” O risco de captura de miopatia e outras consequências de um evento extremamente estressante como esse são altos. Se for permitido ir em frente, isso pode levar a um sofrimento considerável para as baleias individuais presas e contidas à força para esses testes. Isso não é boa ciência”, finaliza.

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