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LIBERDADE

Distantes da exploração, elefantes podem chegar aos 70 anos

24 de abril de 2021
Elys Marina | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Pixabay

Não deveria ser novidade que os animais que a humanidade explora como meio de entretenimento, incluindo apresentações até passeios com turistas, têm a expectativa de vida reduzida em consequência de anos de abusos, o que começa quando são retirados do próprio habitat ainda muito jovens.

Uma das maiores vítimas dessa realidade são os elefantes, que na natureza ou nos grandes espaços naturais, como santuários, podem viver até 70 anos, mas dificilmente chegam perto disso quando submetidos a treinamentos severos, maus-tratos e confinamento, ou seja, situações não naturais que geram inúmeras consequências.

Há uma estimativa da organização Proteção Animal Mundial de que na Ásia até 16 mil elefantes são submetidos ao cativeiro e explorados em performances e transporte de turistas. A situação também é preocupante na África, onde há outro problema grave envolvendo a caça de elefantes.

Hoje as duas espécies mais conhecidas e mais exploradas no mundo são o elefante-asiático e o elefante-africano, já escravizados em circos no Brasil. O segundo é maior e pode chegar a três metros de altura e 7,5 mil quilos. Independente da sua origem, o tamanho desses animais é o que mais chama atenção das pessoas. No entanto, muitos desconhecem como eles são sensíveis, inteligentes e têm boa memória.

“Os elefantes têm grandes cérebros e uma memória incrível. Eles conseguem reconhecer outros elefantes e pessoas anos, e até mesmo décadas, depois de terem os visto pela última vez”, informa a Proteção Animal Mundial.

Os jardineiros que contribuem com o equilíbrio ecológico 

O que muitas pessoas também não sabem é que os elefantes atuam como jardineiros e contribuem com o equilíbrio ecológico. “Por meio de seu esterco, eles plantam as sementes de plantas, arbustos e árvores. Isso faz com que ecossistemas inteiros dependam deles, já que suas atividades de jardinagem ajudam ambientes a se regenerar e fornecem abrigo, comida e água para muitos animais menores”, exemplifica a entidade.

Foi publicado na Revista Nature Geoscience em 2019 como os elefantes-africanos têm ajudado as árvores a estocarem mais carbono e  dessa forma, a combater o aquecimento global.

De acordo com o pesquisador Fabio Berzaghi, do Laboratório de Ciências Climáticas e Ambientais e do Clima (CEA), da França, eles descobriram que a redução da densidade do tronco florestal é devido à presença de elefantes, que desbastam naturalmente as árvores, leva a mudanças na competição por luz, água e espaço entre as árvores – mudança que favorece o surgimento de maiores árvores com maior densidade de madeira.

“Essa mudança na estrutura da floresta tropical africana e na composição de espécies aumenta o equilíbrio a longo prazo da biomassa acima do solo”, informa o pesquisador.

“Esses resultados são confirmados por dados de inventário de campo. Nós especulamos que a presença de elefantes pode ter moldado a estrutura das florestas tropicais da África, o que provavelmente desempenha um papel importante em comparação com a floresta tropical da Amazônia.”

Por fim, foi concluído que os distúrbios provocados pelos elefantes nas florestas africanas geram incremento na biomassa de 26 a 70 toneladas por hectare. Por outro lado, a extinção dos elefantes resultaria em redução de 7% da biomassa acima do solo nas florestas tropicais da África Central.

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