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O aumento da temperatura global ameaça cadeias alimentares e a sobrevivência de animais maiores

Condições mais quentes resultam em transferência menos eficiente de energia, o que leva a reduções na biomassa,Condições mais quentes resultam em transferência menos eficiente de energia, o que leva a reduções na biomassa,Condições mais quentes resultam em transferência menos eficiente de energia, o que leva a reduções na biomassa

15 de março de 2021
Beatriz Kaori | Redação ANDABeatriz Kaori | Redação ANDABeatriz Kaori | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Imagem de tigre em uma geleira
Foto: Pixabay
O aumento da temperatura devido à crise climática global está colocando uma pressão crescente nas cadeias alimentares, ameaçando, em última instância, a sobrevivência de animais maiores, de acordo com novos estudos.
O estudo examinou a transferência de energia de minúsculos organismos unicelulares até grandes mamíferos e descobriu que quatro graus Celsius de aquecimento reduziram a transferência de energia em até 56% – o que representa um grave risco para os animais em níveis superiores da cadeia alimentar.
Os cientistas da Universidade de Exeter e da Universidade Queen Mary de Londres mediram a transferência de energia do fitoplâncton – uma espécie de alga unicelular – para pequenos animais que as consomem – (zooplâncton).
Ele revelou como as condições mais quentes aumentam o “custo metabólico” do crescimento, o que significa que houve um fluxo de energia menos eficiente na cadeia alimentar e, consequentemente, uma redução na biomassa total.
“Essas descobertas esclarecem uma consequência subestimada do aquecimento global”, disse o professor Gabriel Yvon-Durocher, do Instituto de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Campus Penryn de Exeter, em Cornwall.
“O fitoplâncton e o zooplâncton são a base das cadeias alimentares que sustentam os ecossistemas de água doce e marinhos dos quais os humanos dependem. Nosso estudo é a primeira evidência direta de que o custo do crescimento aumenta em temperaturas mais elevadas, limitando a transferência de energia nos níveis superiores da cadeia alimentar.”
O estudo mediu a eficiência da transferência de nitrogênio – um substituto para a transferência geral de energia – no plâncton de água doce que foi exposto a um experimento de aquecimento externo de sete anos no Reino Unido.
O professor Mark Trimmer, da Universidade Queen Mary de Londres, disse: “Se os efeitos que encontramos neste experimento forem evidentes em ecossistemas naturais, as consequências podem ser profundas. O impacto em animais maiores no topo das cadeias alimentares – que dependem da energia passada de baixo para cima na cadeia alimentar – pode ser severo. É necessário realizar mais pesquisas.”
A crise climática significa que as temperaturas médias no planeta já aumentaram em mais de um grau desde a era pré-industrial, revertendo um período de lento resfriamento global de seis mil anos.
À medida que o mundo esquenta, diferentes áreas estão aquecendo em taxas muito diferentes, com as regiões polares aquecendo mais rapidamente do que outras partes do globo – especialmente no hemisfério norte.
Em Svalbard, no Ártico, as temperaturas médias já aumentaram em até quatro graus.
Embora as mudanças no clima possam resultar em impactos facilmente observáveis no mundo natural e em suas complexas cadeias alimentares, os impactos de longo prazo de um mundo em aquecimento nesses sistemas não são muito conhecidos.
“Em geral, cerca de 10% da energia produzida em um nível de uma cadeia alimentar passa para o próximo nível”, disse o Dr. Diego Barneche, do Instituto Australiano de Ciência Marinha e do Instituto de Oceanos da Universidade da Austrália Ocidental.
“Isso ocorre porque os organismos gastam muita energia em uma variedade de funções ao longo da vida, e apenas uma pequena fração da energia que consomem é retida na biomassa, esta que acaba sendo consumida por predadores.
Temperaturas mais elevadas podem levar as taxas metabólicas a acelerarem mais rapidamente do que as taxas de crescimento, o que reduz a energia disponível para os predadores no próximo nível da cadeia alimentar.”
Esse estudo está publicado na revista Nature.

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