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Exploração da vida selvagem expôs seres humanos a doenças infecciosas

Animais são uma parte essencial do nosso ecossistema,Animais são uma parte essencial do nosso ecossistema,Animais são uma parte essencial do nosso ecossistema

1 de março de 2021
Azrina Sobian* | Tradução de Beatriz KaoriAzrina Sobian* | Tradução de Beatriz KaoriAzrina Sobian* | Tradução de Beatriz Kaori
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Foto: Elyane e Cedric Jacquet

Os seres humanos dependem dos animais como fonte de alimento, companhia, atividades econômicas e de transporte. Animais são uma parte essencial do nosso ecossistema.

Portanto, a natureza não funcionará de forma eficiente sem os animais.

Os animais também são potencialmente a fonte de doenças zoonóticas.

O Comitê Misto de Experts da Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) define a zoonose como doenças e infecções que são transmitidas entre animais e humanos.

Existem mais de 500 patógenos de zoonose – como vírus, bactérias, fungos, protozoários, parasitas de diversas células e insetos ­– mas doenças infecciosas que são transferidas de animais para humanos são raras.

O relatório do Programa de Educação da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Instituto Internacional de Pesquisa de Pecuária (ILRI), titulado “Prevenindo a Próxima Pandemia: Doenças Zoonóticas e Como Quebrar a Cadeia de Transmissão”, declara que duas atividades que influenciam o surgimento de novas zoonoses são a destruição de habitats e biodiversidade e a exploração da vida selvagem.

A Avaliação Global de Florestas da FAO de 2020 relata que a taxa de desmatamento é de 10 milhões de hectares por ano, devido ao rápido crescimento populacional, que força a intrusão humana em habitats naturais.

A exploração da vida selvagem expôs os humanos a doenças infecciosas. Um estudo de 8.000 residências rurais em 24 países, incluindo a África, América Latina e Ásia, mostrou que 39% das residências caçam e comem carnes selvagens.

A vida selvagem inclui grandes animais herbívoros, primatas, roedores, cobras e outros tipos de répteis. A vida aquática, que inclui mamíferos e répteis como golfinhos, baleias, peixes-boi, crocodilos e tartarugas, também são capturados. Eles são geralmente trocados por alimentos, vendidos como animais de estimação ou usado para fins médicos.

Conflitos entre humanos e vida selvagem poderiam levar a novos vírus serem transferidos de animais para humanos, porque os vírus são capazes de infectar diversas espécies de hospedeiros.

Há muitos outros fatores antropogênicos que estimulam o surgimento de doenças zoonóticas, como o aumento na demanda por proteína animal, uso insustentável de recursos naturais devido à urbanização, mudanças no uso de terras, aumento de transporte e de viagens, mudanças na cadeia de abastecimento alimentar, assim como alterações climáticas.

No Islã, os animais não são vistos apenas como uma fonte de alimento para humanos. Para Alá, eles possuem suas próprias vidas e valores. No Alcorão, capítulos são nomeados a partir de animais ou insetos, e mencionados nos versos. Por exemplo, a história de formigas e o Profeta Solimão ou de baleias e o Profeta Yunus.

Isso demonstra como os animais são valorizados no Islã. Os humanos, contudo, recebem certos poderes sobre os animais (al-Baqarah, 2:29; Yaasin, 36:72), mas não para explorar animais e sim para garantir seu bem-estar (Hud, 11:64; asy-Syu’araa, 26:155-156). No Islã, abuso animal é totalmente rejeitado e a caça ilegal ou a caça para fins recreativos é proibida.

O Islã também especificou o halal e animais haraam para consumo humano. Se aderirmos à regra e nos abstermos do consumo de carne haraam, vamos nos abster da caça e alimentação de animais exóticos, que são hospedeiros para vírus e doenças.

Precisamos seguir os ensinamentos islâmicos sobre a bondade para com animais. Precisamos também cuidar do nosso meio-ambiente porque os animais também dependem dele. Ao fazer isso, podemos prevenir a transmissão de doenças de animais para humanos e pandemias futuras.

*Por Azrina Sobian, membro do Centro de Estudos de Ciência e Estudos Ambientais do Instituto de Compreensão Islâmica da Malásia. As opiniões expressadas neste artigo são da autora e não refletem necessariamente as opiniões do New Straits Times.

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