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Cerrado: fogo destruiu área equivalente a seis regiões do DF em setembro

8 de outubro de 2020
2 min. de leitura
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Reprodução/G1

As queimadas que estão devastando o Cerrado registraram recorde no Distrito Federal em setembro. A área destruída – 8.860,54 hectares – corresponde ao tamanho de seis regiões do DF: Taguatinga, Riacho Fundo, Sobradinho II, Jardim Botânico, Arniqueira e Sudoeste.

No acumulado do ano de 2020, 18.831,43 hectares foram queimados no bioma e 6.762 focos de incêndio foram controlados pelo Corpo de Bombeiros. No Lago Oeste, um avião foi usado para controlar as chamas.

No último domingo (4), o Distrito Federal bateu recorde de calor e registrou o dia mais seco do ano, chegando a 36.7ºC e 9% de umidade na estação Águas Emendadas, em Planaltina, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Essas condições favorecem as queimadas e dificultam o trabalho dos brigadistas.

Os incêndios, porém, não são agravados apenas pelas condições climáticas, mas também pelo uso inadequado do solo pelos humanos, conforme explicou ao G1 o especialista em meio ambiente, Charles Dayler.

“Falta também educação ambiental por parte da população que promove queimadas. E até mesmo de restos de poda e descarte de cigarro acesso, por exemplo”, alertou.

Há ainda incêndios criminosos, em sua maioria causados por pecuaristas que usam o fogo para transformar a vegetação em pasto para bois explorados para consumo humano.

“Os instrumentos para isso têm que ser trabalhados de formas distintas. Existem aqueles que colocam fogo de propósito e aquelas pessoas que ateiam fogo de forma indireta”, explicou. “No caso dos incêndios criminosos, as penalidade têm que ser mais duras, o rito de aplicação e execução têm que ser mais célere”, acrescentou.

No caso dos que agem de maneira não intencional, a solução, segundo Dayler, é a distribuição de materiais educativos que conscientizem a população a respeito do impacto das queimadas sobre a natureza.”Diversas faixas etárias devem ser atingidas, bem como o público urbano e rural”, ponderou.

A bióloga Isolda Monteiro critica ainda a inércia do poder público. Segundo ela, “faltam ações do governo federal e do governo do DF” em relação às políticas ambientais. “O risco é para todo o ecossistema local e para toda a fauna e flora”, reforçou.

“O governo precisa além de melhorar as políticas ambientais, dar suporte para que a população seja conscientizada. Todas essas queimadas que estamos tendo no DF, os animais ficam sem abrigo e podem buscar abrigo nas casas próximas. A educação é a base de tudo”, concluiu.


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