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Milhares de galinhas serão mortas por gaseamento após interrupção das atividades em frigoríficos

4 de setembro de 2020
4 min. de leitura
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Pixabay

Pelo menos 400.000 galinhas estão sendo mortas cruelmente no Reino Unido à medida que as infecções de Covid-19 interrompem a rotina nos matadouros. Cerca de 300.000 aves ainda devem ser assassinadas na Inglaterra e 110.000 já foram exterminadas na Escócia.

Galinhas que não podem ser mortas para virar alimento são geralmente exterminadas por “câmaras de gás” com CO2 e seus corpos fornecidos para produção de gordura e outros subprodutos animais. Eles não entram na cadeia alimentar.

O Reino Unido cria e mata cerca de 20 milhões de aves por semana, de acordo com o British Poultry Council (BPC – Conselho Avícola Britânico). Cerca de 95% são galinhas e a maioria é processada através de alguns poucos grandes abatedouros, cada um com capacidade para cerca de 2 milhões de aves por semana. A perda de produção em um grande abatedouro pode ter impactos significativos ao longo da cadeia alimentar e criar problemas de bem-estar, disse o BPC.

Milhões de animais de fazenda dos Estados Unidos foram exterminados na própria fazenda (em vez de irem para matadouros) no início deste verão após o fechamento de frigoríficos por causa de surtos de coronavírus entre os funcionários, o que reduziu a capacidade de matar vacas e suínos do país em cerca de 25% e 40%, respectivamente.

Na Inglaterra, cerca de metade dos funcionários do frigorífico de aves Banham Poultry, em Norfolk, tiveram que se isolar depois que 75 funcionários testaram positivo para coronavírus. O frigorífico planeja “matar humanamente 300.000 aves usando um sistema de gás”, disse seu diretor, Blaine Van Rensburg, em um comunicado.

Questionado sobre o risco de mais mortes, Rensburg disse: “Dado que não sabemos quanto tempo essa situação atual vai durar, não vamos especular quantos outros precisarão ser mortos humanamente.”

Rensburg negou relatos anteriores de que o frigorífico Banham havia exterminado cerca de 7.000 aves. “Nenhuma ave foi exterminada em nosso local até o momento”, disse ele. “Já estamos desviando cerca de 250 mil de aves para outros fornecedores e continuaremos a fazê-lo sempre que possível.”

Na Escócia, uma declaração do matadouro de aves Coupar Angus, que pertence ao 2 Sisters Food Group, confirmou que 110.000 aves foram exterminadas. A empresa mata “quase um milhão de galinhas por semana e é a única instalação desse tipo na Escócia”, disse.

Existem dois métodos padrão para extermínio por gás de aves no Reino Unido: “gaseamento” da casa inteira e “gaseamento” em contêiner. O primeiro envolve encher os galpões onde as galinhas vivem com CO2. A segunda envolve colocar as aves em recipientes especializados que são trazidos para a fazenda. Os contêineres são preenchidos com CO2 e às vezes outros gases, como o argônio.

“A morte por gaseamento da casa inteira é muito rar, os galpões não são projetados para isso”, disse Penny Middleton, gerente de política avícola da National Farmers Union Scotland (Sindicato Nacional Escocês de Produtores Rurais). “A opção de fazer em contêineres é mais controlável e seria feita por alguém como a Livetec Systems, uma empresa exterminadora aprovada de acordo com as normas de bem-estar “, disse ela.
Nenhum entrevistado quis comentar quanto tempo as galinhas “gaseadas” levam para morrer, apenas se limitaram a dizer que era legal e humano.

O comunicado do matadouro Coupar Angus disse que as galinhas foram “enviadas humanamente de acordo com a legislação” e que os extermínios foram supervisionados pela Agência de Saúde Animal e Vegetal do governo e um veterinário independente.

O comunicado disse que, embora a decisão da semana passada relacionada à Covid-19 de “cessar a produção tenha trazido muitas consequências perturbadoras” a empresa conseguiu “processar com sucesso a grande maioria das aves da Escócia” enviando-as para outros abatedouros em sua rede no Reino Unido. A fábrica deve reabrir na segunda-feira e não são esperados mais extermínios, disse ele.

Middleton disse que a reabertura da fábrica do Coupar Angus pode levar um tempo para atingir toda a velocidade de produção, mas que ela não espera mais extermínios na Escócia.


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