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Relatório indica indica que o número de animais silvestres despencou mais de dois terços em 50 anos

14 de setembro de 2020
4 min. de leitura
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Pixabay

As populações globais de animais, aves e peixes despencaram mais de dois terços em menos de 50 anos devido ao consumo excessivo desenfreado, disseram especialistas nesta quinta-feira (10) em aviso para salvarmos a natureza, a fim de nos salvarmos.

A atividade humana degradou severamente três quartos de toda a área terrestre e 40% dos oceanos da Terra, e a rápida destruição da natureza causada pelo homem provavelmente terá consequências incalculáveis sobre nossa saúde e sobre os meios de subsistência.

O Living Planet Index (Índice Planeta Vivo), que rastreia mais de 4.000 espécies de vertebrados, alertou que o aumento do desmatamento e da expansão agrícola foram os principais fatores por trás de um declínio médio de 68% nas populações entre 1970 e 2016.

O índice alertou que a perda contínua de habitat natural aumentou o risco de futuras pandemias à medida que os humanos expandem sua presença em contato cada vez mais próximo com animais silvestres.

O relatório Living Planet Report de 2020, uma colaboração entre a WWF International e a Sociedade Zoológica de Londres, é a 13ª edição da publicação bienal que acompanha populações de animais silvestres em todo o mundo.

O diretor-geral da WWF International, Marco Lambertini, contou à AFP sobre a impressionante perda da biodiversidade na Terra desde 1970.

“É uma redução acelerada que estamos monitorando há 30 anos e continua na direção errada”, disse ele.
“Em 2016, documentamos uma queda de 60%, agora temos uma queda de 70%.”

“Tudo isso está acontecendo em um piscar de olhos, em comparação com os milhões de anos que muitas espécies têm vivido no planeta”, acrescentou Lambertini.

Queda impressionante

Na última meia década houve um crescimento econômico sem precedentes sustentado por uma explosão no consumo global de recursos naturais.

Enquanto até 1970, a pegada ecológica da humanidade era menor do que a capacidade da Terra de regenerar recursos, o WWF agora calcula que estamos usando recursos que extrapolam a capacidade de regeneração do planeta em mais da 50%.

Embora seja auxiliado por fatores como espécies invasoras e poluição, o maior motivo para a perda de espécies são as mudanças no uso das áreas terrestres: normalmente, a indústria converte florestas ou pradarias em agronegócio. Isso tem um imenso impacto sobre as espécies selvagens, que perdem suas casas.

Mas esta produção também requer níveis insustentáveis de recursos para se manter: um terço de toda a massa terrestre e três quartos de toda a água doce são atualmente dedicados à produção de alimentos.
O quadro é igualmente preocupante nos oceanos, onde 75% dos estoques de peixes são super explorados.

E enquanto os números de animais silvestres estão diminuindo rapidamente, as espécies estão desaparecendo mais rápido em alguns lugares do que outros.

O índice mostrou que as regiões tropicais da América Central e do Sul tiveram uma queda de 94% nas espécies desde 1970.

“É impressionante. É, em última análise, um indicador do nosso impacto na natureza”, disse Lambertini.

“De triste a preocupado”

A atualização do Living Planet Index vem junto com um estudo de coautoria de mais de 40 ONGs e instituições acadêmicas, que estabelece formas de frear e reverter as perdas que o consumo humano infligiu na natureza.”

A pesquisa, publicada na revista Nature, sugere que reduzir o desperdício de alimentos e favorecer dietas mais saudáveis e ecológicas poderia ajudar a “mudar o sentido a curva” da degradação.

Juntamente com esforços radicais de conservação, essas medidas poderiam evitar mais de dois terços da perda de biodiversidade no futuro, sugeriram os autores.

Precisamos agir agora. As taxas de recuperação da biodiversidade geralmente são muito mais lentas do que as das perdas recentes da biodiversidade”, disse o principal autor do estudo, David Leclere, pesquisador do International Institute of Applied System Analysis (Instituto Internacional de Análise de Sistemas Aplicados).

“Isso implica que qualquer atraso na ação permitirá ainda mais perdas de biodiversidade, que podem levar décadas para serem restauradas.”

Leclere também alertou para perdas “irreversíveis” de biodiversidade, como quando uma espécie é extinta.

Lambertini disse que, assim como o discurso público sobre as mudanças climáticas, as sociedades estão cada vez mais preocupadas com as ligações entre a saúde do planeta e o bem-estar humano.

“Por estarem tristes por perderem a natureza, as pessoas estão começando a se preocupar”, disse ele.

“Ainda temos o dever moral de coexistir com todas as vidas no planeta, mas agora há esse novo elemento de impacto em nossa sociedade, nossa economia e, claro, nossa saúde.


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