Em abril de 2012, uma notícia assustou os partidários da coroa espanhola: o rei Juan Carlos havia sofrido uma fratura no quadril após se envolver em um acidente na África. No entanto, após o choque, a preocupação cedeu lugar rapidamente para a indignação quando se descobriu do que realmente se tratava as atividades recreativas do monarca.
A queda do rei ocorreu enquanto ele matava um elefante e outros animais selvagens na savana de Botswana, país que abriga milhares desses mamíferos.
Após o acidente, o monarca precisou ser transferido com urgência via avião médico para a Espanha. A surpresa inicial de quando foi noticiado que o rei havia sido internado num sanatório, foi prontamente substituída pela indignação das pessoas, já que o monarca aparentava, em público, ser um fervoroso defensor do meio ambiente e defensor do respeito pelos animais selvagens.
O mais irônico de tudo isso era que o rei costumava dizer em público que cuidava e protegia os animais selvagens. Por isso é que rapidamente surgiram pedidos de sócios espanhóis e de outras nacionalidades do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) para que o rei fosse destituído do cargo de presidente de honra da organização, que foi fundada em 1961 e que se dedica a defender o meio ambiente.
As críticas foram generalizadas e de uma indignação extraordinária. O rei teve que pedir desculpas publicamente após sua saída do hospital. É a primeira vez, ao longo da longa história da monarquia espanhola, que um monarca pede perdão pela sua conduta. Porém, isso não foi suficiente para que a assembleia da WWF decidisse por não anular a parte em que o rei da Espanha havia sido declarado presidente de honra, em uma votação de 226 votos a favor da destituição do cargo contra 13.
“Ainda que esse tipo de caça fosse legalizada e regulamentada, foi considerada incompatível com o cargo de Presidente de Honra de uma organização internacional como a WWF que preza pela defesa da natureza e do meio ambiente”, disse a entidade.