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China planeja reduzir consumo de carne em até 50% até 2030

12 de agosto de 2020
3 min. de leitura
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Pixabay

A pandemia de Covid-19 trouxe à luz a consciência sobre a segurança alimentar e o risco de dietas baseadas em animais, além de possibilitar que opções alimentares livres de crueldade e ingredientes de origem animal ganhassem um novo papel na economia e na saúde mundiais. A China, considerada o epicentro do novo coronavírus, também está abrindo seu mercado para alternativas vegetarianas estritas e incentivando o investimento em indústrias baseadas em vegetais.

A chegada de empresas como Beyond Meat e OmniPork no território chinês está ajudando a moldar um novo mercado consumidor, mais consciente e preocupado com a origem dos alimentos e com os impactos ambientais. O governo chinês anunciou que planeja reduzir o consumo de carne no país em até 50% até 2030 para reduzir as emissões de carbono, prevenir a obesidade e impedir o surgimento de novas doenças zoonóticas.

A declaração incentivou investidores de impacto a apostar em indústrias à base de vegetais para a edificação de um novo mercado chinês. A construção de novas cadeias de consumo podem atingir velocidades consideráveis no país, como, por exemplo, a demanda por carnes vegetais, que alcançaram o faturamento de US $ 7,2 bilhões em 2014 saltando para US $ 9,7 bilhões em 2018. E isso é apenas o começo. Estima-se que em 2030 esse mercado pode alcançar US $ 12 bilhões.

Mercado em expansão

A busca por proteínas de origem vegetal ou livres de ingredientes de origem animal está crescendo em toda a Ásia. O surto de coronavírus originado em um mercado de animais na cidade de Wuhan, na China, está conscientizando a população sobre o risco do consumo de animais. Modelos alimentares estão sendo repensados e as demandas por substitutos de carne e laticínios estão crescendo exponencialmente.

O instrutor fitness Mike Lee, de Hong Kong, afirma que a pandemia de Covid-19 fez as pessoas ficarem mais atentas ao que consomem. “Por causa do coronavírus, as pessoas começaram a prestar mais atenção à sua dieta e saúde. As pessoas agora têm mais medo de ficar doentes”, disse. Muitas empresas voltas para o mercado de substitutos de carne estão investindo na China, como a Beyond Meat e Impossible Foods.

Com as políticas de distanciamento social impostas para evitar a disseminação do vírus, muitas pessoas estão comprando alimentos em sites ou por aplicativos e entre as principais escolhas estão produtos livres de ingredientes de origem animal, que estão competindo em par de igualdade com produtos à base de carne ou leite. Muitos locais da Ásia estão adotando substitutos à carne em pratos tradicionais.

A China é atualmente o maior mercado consumidor mundial de carne, o que ainda impede que produtos alternativos cresçam tanto quanto poderiam como em outras partes do mundo, mas uma mudança real já está ocorrendo. A JUST, empresa de São Francisco que fabrica ovos de feijão mungo, diz que suas vendas nas plataformas de comércio eletrônico chinesas JD.com e Tmall da JUST Egg aumentaram 30% desde o surto de coronavírus.

Nick Halla, vice presidente da Impossible Foods, aponta que a China é o mercado-alvo mais importantes para empresas de produtos aptos para o consumo de veganos e vegetarianos. Diversas empresas focadas nesse nicho já estão fechando acordos com restaurantes e pontos de venda na China. O coronavírus está mudando não só a forma que enxergamos nosso impacto no planeta, como também está a população sobre a importância da mudanças dos hábitos alimentares.


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