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Açougueiro desiste do comércio de carne de cachorro e fecha matadouro

11 de agosto de 2020
3 min. de leitura
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Pixabay

Ativistas em defesa dos direitos animais do Camboja estão celebrando uma pequena vitória para a causa animal do país. Um casal proprietário de um matadouro de cães na vila de Chi Meakh, província de Kampong Thom, anunciaram que deixaram definitivamente o comércio de carne de cachorro. Os 15 cães sobreviventes que ainda estavam no local serão encaminhados para um abrigo de animais.

Os cachorros que tiveram suas vidas poupadas passarão por um programa de reabilitação e cuidados veterinários e em breve estarão disponíveis para adoção responsável no Camboja ou no exterior. Ao contrário do que ocorre em outros países asiáticos, onde a carne de cães faz parte da tradição do país, no Camboja, o consumo dos animais é uma prática recente adotada pelas gerações mais novas e desprezada pelas mais velhas.

Uma relatório divulgado pelas organizações Four Paws International e Animal Rescue Cambodia aponta que cerca de 3 milhões de cães são mortos anualmente na Camboja para consumo. A prática tem uma herança vietnamita, país vizinho, e trouxe consequências negativas para o Camboja, que sofreu queda no turismo e aumentou o alerta para a segurança alimentar, como casos de raiva em humanos.

Buth Pith tem 38 anos e afirma que mata e comercializa cães apenas por uma questão financeira. “Antes eu era vendedor de peixes de água doce, mas quando vi outros moradores matando cães e ganhando uma renda melhor, mudei de emprego para começar a matar cães”, disse. Ele afirma que nunca sentiu prazer na atividade e que chegava a matar oito cachorros por dia a pedido de clientes.

Esperança

A cidade de Siem Reap, no Camboja, anunciou que a compra, venda e morte de cães para consumo está permanentemente proibida. O comércio cruel sempre foi abundante na região, em razão da grande quantidade de templos, incluindo Angkor Wat, um importante destino turístico do país. Infelizmente, o consumo de cachorro ainda é permitido em outras partes do país.

Ativistas em defesa dos direitos animais apontam que cerca de 3 milhões de cães são mortos anualmente no Camboja. Siem Reap é uma importante fonte de cães para consumo, contando inclusive com quadrilhas especializadas no sequestro de animais domésticos para abastecer a demanda.

A nova legislação que proíbe a prática foi anunciada no dia 08 de julho e exalta cães enquanto animais dóceis e companheiros que precisam ser reconhecidos como seres sencientes, considerando a morte e consumo de cachorros uma prática cruel e bárbara, além de ser uma violação de segurança alimentar.

Quem infringir a determinação, pode ser penalizado com até cinco anos de prisão e multas que varios de 7 a 50 milhões (US $ 1.750 a 12.500). O consumo de carne de cachorro é rejeitado pela maioria da população mais velha, que afirma que o hábito traz má sorte, mas tem se tornado muito popular entre os cambojanos mais jovens.

Uma investigação feita por organizações em defesa dos direitos animais, como Four Paws e Animal Rescue Cambodia, apontam que apenas em Siem Reap, há 21 restaurantes que servem carne de cachorro. Na capital do Camboja, Phnom Penh, há pelo menos 110 restaurantes. No país vizinho, Vietnã, esse número pode triplicar. Apenas em 2019, cerca de 35 mil cachorros foram mortos em consumidos em Siem Reap.


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