EnglishEspañolPortuguês

Mineradora Russa admite bombear efluentes na tundra ártica

19 de julho de 2020
3 min. de leitura
A-
A+
Imagem de água poluída com uma fábrica ao fundo
Pixabay

Uma mineradora russa anunciou que havia suspendido trabalhadores de sua usina de metais, responsáveis por jorrar águas residuais em uma área de tundra ártica, próxima às suas instalações.

O jornal independente “Novaya Gazeta” publicou vídeos que mostram grandes tubulações de metal transportando efluentes do reservatório da fábrica e vertendo um líquido espumoso em árvores próximas.

Uma fonte disse à agência de notícias Interfax que cerca de 6.000 metros cúbicos de água utilizada no processamento de minerais na fábrica foram despejados e que a descarga durou “muitas horas”.

Foi impossível determinar quanto dos efluentes foi disperso na região, disse a fonte à Interfax.

A empresa citou “flagrante violação de regras operacionais” em sua declaração oficial, na qual anunciou a suspensão dos funcionários responsáveis por despejar águas residuais de um reservatório perigosamente cheio, diretamente no meio ambiente.

O incidente ocorreu na planta de enriquecimento Talnakh, próxima à cidade de Norilsk, disse a empresa.

Há um mês, um vazamento de combustível sem precedentes ocorreu em uma de suas subsidiárias, próximo a Norilsk; o que levou o presidente Vladimir Putin a declarar estado de emergência. Mais de 21.000 toneladas de diesel vazaram de um tanque de combustível, infiltrando o solo e tingindo os canais de água da região de vermelho.

Jornalistas da “Novaya Gazeta” reportaram que a fábrica canalizou o esgoto para áreas de vida selvagem e, apressadamente, removeram seus tubos quando investigadores e membros dos serviços de emergência chegaram ao local.

O maquinário utilizado para remover os dutos parece ter caído, acidentalmente, em carros que transportavam oficiais para a cena, reportou a “Novaya Gazeta”. A Interfax disse que não houve feridos no incidente, que também foi investigado.

A polícia relatou que havia recebido denúncias de “descargas não autorizadas de efluentes na Tundra” provenientes dessa usina e que havia aberto uma investigação.

A porta voz da Norilsk Nickel, Tatiana Egorova, disse mais cedo no domingo que os funcionários da fábrica bombearam “água clarificada” e que uma investigação interna estava em andamento.

Segundo a Agência de Recursos Naturais russa, a decisão de remover água do reservatório foi tomada para evitar uma emergência, visto que chuvas fortes e testes recém realizados na usina levaram à uma elevação significativa nos níveis de água da instalação.

A equipe de serviços de emergência declarou que os efluentes não deveriam atingir o rio Kharayelakh, mais próximo da região.

O grave vazamento de combustível do último mês aconteceu em uma das usinas subsidiárias da Norilsk Nickel. Esta, por sua vez, relata que o tanque de combustível colapsou ou afundou devido ao derretimento do permafrost, como resultado do aquecimento global.

Putin declarou emergência após o incidente e o responsável pela Norilsk Nickel, o oligarca Vladimir Potanin, prometeu pagar por todos os custos de limpeza.

Autoridades russas disseram no início desse mês que haviam eliminado o derramamento da superfície de um dos rios, mas que uma limpeza completa poderia levar anos.


Gratidão por estar conosco! Você acabou de ler uma matéria em defesa dos animais. São matérias como esta que formam consciência e novas atitudes. O jornalismo profissional e comprometido da ANDA é livre, autônomo, independente, gratuito e acessível a todos. Mas precisamos da contribuição, independentemente do valor, dos nossos leitores para dar continuidade a este imenso trabalho pelos animais e pelo planeta. DOE AGORA.


 

    Você viu?

    Ir para o topo