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Lixo da Pandemia começa a aparecer nas praias paulistas

16 de julho de 2020
3 min. de leitura
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Mais de 20 máscaras foram encontradas nas areias das praias do LN até o último dia 7 de julho (Crédito: Divulgação/Instituto Argonauta)

Assim como vem acontecendo em outros lugares do mundo, no litoral brasileiro não tem sido diferente: máscaras utilizadas para proteção facial em meio a pandemia da Covid-19 estão sendo descartadas irregularmente nas praias brasileiras. Um vídeo sobre o assunto vem viralizando na internet, e mostra Gary Stokes, fundador do grupo pela conservação marinha OceansAsia, segurando máscaras coletadas em praia de Hong Kong.

Da Ásia para o Brasil, especificamente no litoral norte de São Paulo (Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela), a equipe técnica do Instituto Argonauta para Conservação Costeira e Marinha tem registrado o descarte inadequado desses aparatos de segurança através do Boletim do Lixo, emitido mensalmente pela instituição em parceria com o Aquário de Ubatuba. Diariamente técnicos do Argonauta realizam um registro fotográfico da situação das praias do LN com relação a presença de resíduos sólidos, além da coleta e classificação sistemática desse lixo.

De acordo com o Boletim, desde o início da Pandemia mais de 20 máscaras foram encontradas nas areias das praias do LN até o último dia 7 de julho. O material foi encontrado pela equipe nas praias: Capricórnio, Cocanha, Massaguaçu, Mococa e Prainha em Caraguatatuba, Vermelha do Centro, Tenório e Praia Grande de Ubatuba, Engenho D’Água e Armação em Ilhabela, Boraceia, Boiçucanga, Olaria e trilha do Camburizinho em São Sebastião e Maresias, e esse número não para de crescer. Somente em um dia foram recolhidas 5 máscaras pela equipe.

“As máscaras têm componentes orgânicos e sintéticos, e o descarte incorreto tanto pode representar um risco a saúde humana, porque uma máscara de alguém contaminado ainda pode conter por algum período o vírus, quanto elas representam um risco a fauna marinha, como todo resíduo sólido humano de uma forma geral. Muitas delas tem tecido sintético e tiras de elástico que perduram por muito tempo, e tudo isso pode durar um tempo no ambiente marinho e fazer mal a fauna marinha”, explica o oceanógrafo Hugo Gallo Neto, diretor executivo do Aquário de Ubatuba e do Instituto Argonauta.

O problema do lixo sempre foi uma preocupação para o Aquário de Ubatuba e para o Instituto Argonauta. O Aquário e o Projeto Tamar de Ubatuba foram as primeiras instituições a trabalharem no Brasil a problemática do lixo no mar. A partir disso, diversas linhas de atuação foram adotadas, sempre no intuito de alertar a população sobre os impactos no meio ambiente, na saúde, e até na economia das quatro cidades que formam o Litoral Norte de São Paulo, baseadas principalmente no turismo.

O Boletim do Lixo fornece um grande banco de dados que ajuda na gestão e no direcionamento dos esforços de limpeza, na elaboração de artigos científicos e no fomento de ações de Educação Ambiental.

Sempre antes de ir as praias, não esqueça de acessar o Boletim do Lixo disponível aqui.

Sobre o Instituto Argonauta

O @institutoargonauta foi fundado em 1998 pela Diretoria do Aquário de Ubatuba e reconhecido em 2007 como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). O Instituto tem como objetivo a conservação do Meio Ambiente, em especial a conservação dos ecossistemas costeiros e marinhos. Para isso, apoia e desenvolve projetos de pesquisa, resgate e reabilitação da fauna marinha, educação ambiental e resíduos sólidos no ambiente marinho, dentre outras atividades. O Instituto Argonauta também é uma das instituições executoras do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).


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