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Coronavírus provoca queda de 9,5 bilhões de toneladas no consumo de carne

20 de julho de 2020
4 min. de leitura
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Pixabay

O surto de coronavírus está impactando seriamente a indústria da carne. Analistas predizem que a pandemia irá causar uma queda de 3% no consumo mundial de carne este ano. Isso equivale a 9,5 bilhões de toneladas.

De acordo com o relatório semestral “Panorama Alimentar” sobre o mercado de comida mundial, produzido pelas Nações Unidas, o consumo per capita neste ano irá cair para o seu menor patamar em quase uma década. Essa é a maior queda desde o ano 2000.

Uma série de fatores está contribuindo para essa queda, incluindo as rupturas de produção no mercado relacionadas à Covid.

Casos confirmados de coronavírus e afastamento de trabalhadores causaram o fechamento ou redução de operações de um número de fábricas de processamento. Algumas das maiores companhias de carne – incluindo Tyson Foods, Smithfield Food Inc. Cargill Ltd., National Beef Packing Co., e JBS – fecharam as portas logo após o surto.

A queda na demanda por produtos de carne no setor alimentício se deve também ao fechamento de restaurantes e escolas.

Simplificando, o coronavírus está impactando quanta carne as pessoas estão comendo. De acordo com a Dra. Shireen Kassan – uma consultora hematologista e fundadora da organização sem fins lucrativos Plant Based Health Professionals UK – isso não é um mau negócio.

Enquanto há uma incerteza de se a queda no consumo de carne irá permanecer, Kassam acredita que o sistema alimentar precisa mudar.

“Comer menos ou nenhuma carne com certeza irá reduzir drasticamente o risco de novas infecções virais [como o coronavírus] e, claro, a transmissão de bactérias a partir da comida. Esse é um fato indiscutível, reconhecido pelas organizações internacionais”, disse ao LIVEKINDLY.

A Covid-19 e o consumo de carne

Alguns especialistas acreditam que o coronavírus tenha se originado em um mercado de frutos do mar em Wuhan, na China. A zoonose teria sido passada a partir da carne vendida de um animal selvagem.

“Três de quatro novas infecções humanas no último século surgiram em animais. [Elas têm] sido transmitidas direta ou indiretamente para humanos a partir da venda de animais selvagens ou fazendas industriais”, revelou Dra. Kassam.

E continuou: “Fazendas industriais [também] são um terreno fértil para infecções virais por conta das condições fechadas, lotadas e esquálidas e do estresse em que os animais são mantidos. [Isso] prejudica o sistema imune do animal.”

“Essas condições ajudam a manter e espalhar infecções como gripe aviária e suína”, acrescentou. “Esses tipos de vírus são propensos a mutações que podem mudar suas características. [Isso torna] o vírus capaz de ser transmitido para humanos que estão em contato próximo com os animais na fazenda”.

Escolhendo alimentos de origem vegetal

Dra. Kassam diz que a pandemia impactou desproporcionalmente as pessoas com comorbidades. Essas condições de saúde incluem hipertensão, doença cardíaca, câncer e diabetes tipo 2. Escolhas dietéticas estão conectadas com uma vasta maioria dessas condições.

“Não é apenas sobre comer ou não comer carne. Nossas dietas são muito altas em alimentos processados e amplamente deficientes em alimentos vegetais integrais. A maior parte da população não está comendo frutas, vegetais, cereais integrais e legumes o suficiente. [Esses] são os alimentos associados com menor risco de doenças crônicas”, explicou.

Ela diz que uma dieta baseada predominantemente em alimentos de origem vegetal é mais provável de favorecer um sistema imune saudável.

“Carne nas dietas não provê nenhum nutriente que não esteja facilmente disponível nos alimentos vegetais. Carne não provê os milhares de nutrientes presentes em alimentos vegetais que são associados à saúde e ao menor risco de doenças”, disse Dra. Kassam.

Estudos mostram que a dieta vegetariana estrita com alimentos integrais pode efetivamente tratar um número de problemas de saúde. Isso inclui diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares, incluindo hipertensão, colesterol alto e doenças cardíacas.

Dra. Kassam acrescentou: “Se isso irá ajudar a reduzir o impacto do coronavírus ainda não se sabe. Porém, certamente existe uma base científica forte de um possível impacto na melhoria dos resultados. Especialmente pelo fato de que o vírus provavelmente não desaparecerá rapidamente e provavelmente continuará sendo um problema pelo próximos um ou dos anos.”


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