
Após um boi ser baleado por policiais e, em seguida, esfaqueado em Minas Gerais, o Movimento Mineiro pelos Direitos Animais (MMDA) acionou o Ministério Público para reivindicar que policiais tenham acesso à capacitação e infraestrutura para que mortes trágicas de animais não se repitam.
A morte do animal levou protetoras de animais a registrarem um boletim de ocorrência em uma delegacia. O documento foi enviado ao MMDA, que o anexou na representação ao MP, junto de um parecer técnico elaborado por médicos veterinários que orientam a maneira correta de agir diante da fuga de um animal de grande porte, como bois.
“É fundamental que haja ação integrada entre os órgãos governamentais para o correto manejo de animais nas mais diversas situações, para que não mais ocorram casos como o boi de Passos”, afirmou a ativista Adriana Araújo, em entrevista ao Estado de Minas.
Relembre o caso
Um boi foi morto de maneira brutal em Passos, no estado de Minas Gerais, na manhã da última quinta-feira (23). Após fugir de uma fazenda que havia sido alvo de um assalto, o animal foi baleado e esfaqueado na rua, em frente à população, que ficou horrorizada. Um vídeo registrou a barbárie – clique aqui para assistir (as imagens são fortes).
O Movimento Mineiro pelos Direitos Animais (MMDA) revelou que o animal fugiu após criminosos assaltarem a casa da fazenda onde ele vivia e deixarem a porteira aberta. O boi, então, caminhou até a cidade. Assustado, ele deu uma cabeçada em um homem, que precisou ser hospitalizado. A ação do animal, motivada por seu instinto de defesa, foi o suficiente para decidirem condená-lo a extremo sofrimento.
Já imobilizado por uma corda, o boi foi baleado após parar em frente à delegacia de Polícia Civil. Uma testemunha que deu entrevista ao jornal Estado de Minas em condição de anonimato disse que policiais militares tiraram a vida do animal “da pior forma possível”. Ela denuncia que os agentes não fizeram o isolamento adequado e deram quatro tiros de fuzil – no vídeo, percebe-se que pelo menos dois deles atingiram o boi.
“Os policiais disseram que já tinham feito contato com médicos veterinários em busca de um sedativo e que não conseguiram. Quando cheguei ao local, comecei a fazer os contatos, mas eles disseram que já estavam decididos a sacrificar o animal. Pedi calma, disse que conseguiríamos um sedativo. O animal já estava imobilizado e bem mais calmo”, contou.