A Justiça Federal de Brasília determinou o afastamento de uma servidora do Ibama por suspeita de envolvimento com tráfico de animais silvestres e exóticos.
A investigação concluiu que Adriana da Silva Mascarenhas expediu uma licença de “coleta, captura e transporte” de serpentes exóticas quando era coordenadora do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), do Ibama.
O documento foi encontrado na casa do estudante de medicina veterinária Gabriel Ribeiro de Moura, suspeito de abandonar a naja que picou Pedro Henrique Krambeck no dia 7 de julho. Segundo informações do G1, uma caixa com a marca do Cetas também foi apreendida na casa de um dos estudantes investigados.
“Há fortes indícios de seu envolvimento com fatos investigados relacionados à organização de tráfico internacional de animais silvestres, bem como de prática de ato de improbidade na emissão de licenças para transporte de animais”, diz a decisão judicial.
O juiz determinou o afastamento da servidora porque ela tem acesso às dependências do Ibama, “o que pode interferir na apuração dos fatos e no levantamento probatório”.
“A licença expedida pela ré […] demonstra a intenção deliberada da servidora em conceder a licença infringindo norma legal […] o que afasta possível alegação de erro de procedimento”, afirmou o magistrado.
Através da investigação, descobriu-se ainda que Adriana emitiu outras licenças para animais silvestres, incluindo a de um mico-estrela para sua manicure e dois papagaios para uma amiga de seu namorado.
O Ibama afirmou que já afastou Adriana do cargo e que tem colaborado com a polícia. Ainda segundo o órgão, “já está em andamento um processo administrativo disciplinar interno para investigar suposta participação de servidor no caso”.