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Condor andino pode voar por 160 km sem bater as asas

21 de julho de 2020
3 min. de leitura
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Pixabay

Um estudo mostrou a eficiência com que o maior pássaro planador do mundo “navega” em correntes de ar para ficar no céu por horas sem bater as asas.

O condor andino tem uma envergadura de 3 metros e chega a pesar até 15kg, o que faz dele o pássaro planador mais pesado do mundo.

Pela primeira vez, uma equipe de cientistas atou equipamentos de gravação que chamaram de “registros diários” a oito condores na Patagônia para gravar cada batida de asa ao longo de mais de 250 horas de voo.

Incrivelmente, os pássaros passaram apenas 1% do seu tempo no céu batendo suas asas, o que acontecia principalmente durante a decolagem. Um dos pássaros voou mais de cinco horas, cobrindo mais de 160 km, sem bater as asas.

“Os condores são pilotos experientes, mas não esperávamos que eles fossem tão experientes”, disse a prof. Emily Shepard, coautora do estudo e bióloga da Universidade de Swansea, no País de Gales.

Os resultados foram publicados na segunda-feira na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Procedimentos da Academia Nacional de Ciências).

“A descoberta de que eles basicamente quase nunca batem suas asas e, simplesmente, planam é incrível”, disse David Lentink, especialista em voo de aves na Universidade de Stanford, Califórnia, EUA, que não estava envolvido na pesquisa.

Para os pássaros, o céu não está vazio, ele é, na verdade, uma paisagem de elementos invisíveis: rajadas de vento, correntes ascendentes de ar quente e correntes de ar empurradas para cima por alguma peculiaridade terrestres, como montanhas.

Aprender a “navegar” em correntes de ar permite que alguns pássaros viajem longas distâncias enquanto minimizam o esforço de bater suas asas.

Cientistas que estudam animais voadores geralmente consideram dois tipos de voo: voo batendo asas e voando planando. A diferença pode ser comparada ao pedalar uma bicicleta em ao subir um aclive versus o esforço em descer o declive, disse Bret Tobalske, especialista em voo de aves da Universidade de Montana, EUA, que não participou do estudo.

Estudos anteriores mostraram que cegonhas brancas e águias-pescadoras batem as suas asas por 17% a 25% do tempo em seus voos migratórios, respectivamente.

A capacidade do condor andino em planar é essencial para seu estilo de vida carniceiro, que requer muitas horas por dia de circulando montanhas altas em busca de uma refeição de carniça, disse Sergio Lambertucci, coautor do estudo e biólogo da Universidade Nacional de Comahue, na Argentina.

“Quando você vê condores circulando, eles estão aproveitando a ‘carona’ dessas correntes térmicas ascendentes”, ou rajadas ascendentes de ar quente, disse ele.

Os dispositivos de gravação foram programados para se desprenderem dos pássaros e caírem após cerca de uma semana.

Recuperar estes dispositivos não foi tão fácil. “Em alguns casos, os dispositivos caíam dentro de ninhos em enormes falésias no meio das montanhas dos Andes, e precisávamos de três dias apenas para chegar lá”, disse Lambertucci.


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