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Bilhões de investimentos ambientais não são suficientes, dizem ativistas

18 de julho de 2020
4 min. de leitura
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Pixabay

Ambientalistas reagiram com desapontamento para o novo pacote econômico apresentado pelo governo do Reino Unido em razão da pandemia de Covid-19.

Na semana passada foram anunciados detalhes do plano, incluindo os investimentos de £1bi para o upgrade de energia limpa em prédios públicos e sociais, no qual resultará na economia de £200 por ano em suas contas de energia. O fundo Green Jobs Challenge fornecerá £40mi que será investido em projetos para o plantio de árvores e limpeza dos rios. Outros £50mi deverá ser investido em inovações para a diminuição dos gases do efeito estufa.

Ao todo, serão £3bi investidos para o chamado “green recovery”, de acordo com o Tesouro Nacional, o governo disse que a medida acarretará em milhares de empregos, além de diminuir as emissões de carbono no Reino Unido e ajudar a recuperar a natureza local.
Porém a grande pergunta dos ativistas ambientais é: só isso?

“É apenas um adiantamento?” perguntou Rosie Rogers, gerente do green recovery no Greenpeace UK. Ela apontou que o governo alemão fará um investimento de £36bi em medidas para impulsionar a economia e diminuir as emissões de gases e a França £13.5bi para o mesmo plano. Se o investimento for somente £3bi, isso mostra que realmente “não estamos jogando no mesmo time”, disse Rogers.

Ed Matthew, diretor do E3G environmental thinktank, disse que £18bi seria o necessário para colocar o Reino Unido no caminho certo para atingir a meta de zero emissões de gases até 2050 e transformar nos próximos 10 anos, todos os edifícios para que tenham energia limpa. ”O investimento anunciado é um bom começo se for apenas um adiantamento de um programa muito maior e mais ambicioso”, disse ele.

O Tesouro britânico se recusou de oferecer uma repartição detalhada dos gastos antes que o chanceler, Rishi Sunak, finalize a atualização econômica de verão. Um porta-voz disse ao The Guardian: “O governo continua com o seu comprometimento de descarbonizar todos os edifícios para alcançar a meta de zero emissões líquidas até 2050. O financiamento que será anunciado em breve representa um pagamento inicial significativo e acelerado nos edifícios de descarbonização, para ajudar a estimular a recuperação econômica e retomada da criação de empregos. Alocações para financiamentos futuros serão determinadas em outro tempo.”

A eficiência energética das casas do Reino Unido é essencial para a redução de gases do efeito estufa, visto que o aquecimento doméstico é responsável por um quinto das emissões de carbono. A reforma de casas com melhor isolamento, vidros, portas de alto padrão e outras medidas, criaria milhares de empregos, segundo algumas estimativas.

No manifesto das eleições em dezembro do ano passado, havia uma promessa de dedicar pelo menos £9.2bi para programas de eficiência energética no parlamente atual. Uma ampla gama de especialistas em economia, incluindo assessores do governo e o Comitê de Mudanças Climáticas, enfatizam a importância do programa de eficiência energética.

No entanto, o governo parece estar confuso. As tentativas anteriores de programas de isolamento em todo os país nas duas últimas décadas foram muitas vezes fragmentados ou se basearam em incentivos como economias de contas que não eram suficientes para convencer as pessoas a realizar a reforma necessária. A última tentativa, conhecida como o Acordo Verde, ocorreu em 2015, e não houve nenhum programa do governo central sobre isolamento residencial desde então.

Ativistas estão aguardando para conferir se o chanceler revelerá gastos mais próximos do manifesto de £9.2bi quando ele entregar a sua atualização. Se não houver ambição muito maior, é provável que eles considerem a tentativa de recuperação verde do governo um total fracasso.

Katie White, diretora executiva de advocacia e ativista da WWF, disse que a pesquisa aponta que o Reino Unido terá um retorno de £91bi com seus investimentos na recuperação verde. “Mas uma recuperação em que ignoramos o clima e a natureza não é uma recuperação – está apenas começando o cronômetro para a próxima crise. Todos os olhares estarão voltados para o discurso do chanceler para ver se as ambições realmente enfrentarão os desafios futuros que enfrentaremos”, disse ela.


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