A Justiça Administrativa da Itália anulou uma ordem do governador da província autônoma de Trento, Maurizio Fugatti, que determinava a morte de uma ursa após o animal se sentir ameaçado por duas pessoas e se defender. A dupla sobreviveu e um deles se posicionou contra a decisão de tirar a vida da ursa, que ao menos por enquanto está a salvo.
A decisão judicial, do Tribunal Administrativo Regional de Trento, acolheu parcialmente um recurso apresentado por ONGs como a WWF e a Liga contra a Vivissecção (LAV), que defendem os direitos animais.
Identificada como “JJ4”, a ursa não poderá ser morta antes que outras alternativas sejam executadas, segundo a decisão. Resgatar e levar o animal para outro local, ainda não definido, é uma dessas medidas que devem ser realizadas.
“Ao menos por enquanto, a JJ4 está salva, mas em breve haverá outras audiências. Faremos todo o possível para que isso dure para sempre”, disse a LAV à agência de notícias Ansa Brasil.
O governador determinou que a ursa fosse morta após Fabio Misseroni, de 59 anos, e seu filho Christian Misseroni, de 28, terem vivenciado em junho um confronto com o animal, que se sentiu ameaçado com a presença deles em uma trilha e reagiu de maneira instintiva.
Pai e filho sobreviveram e recentemente Christian chegou a defender o direito da ursa a permanecer viva. Na última sexta-feira (11), o governador de Trento se posicionou novamente sobre o caso, afirmando que irá acatar a decisão judicial. Ele cobrou, no entanto, que Roma aponte um local para onde ursos podem ser levados.
“Os números [de ursos] que temos são superiores ao que podemos administrar”, afirmou Fugatti, que disse não querer esperar um novo acidente envolvendo animais e humanos para resolver a situação.
Atualmente, há entre 82 e 93 ursos em Trento. O número, porém, deve ser maior, já que há animais que ainda não foram contabilizados.