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Deputado diz que mudanças climáticas matarão mais do que Covid-19

11 de junho de 2020
3 min. de leitura
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Rodrigo Agostinho é o atual presidente da Comissão de Meio Ambiente e coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista Da Câmara dos Deputados | Divulgação

O deputado federal Rodrigo Agostinho (PSB-SP), atual presidente da Comissão de Meio Ambiente e coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, disse durante entrevista à Rádio Câmara que as consequências das mudanças climáticas matarão mais do que a Covid-19.

Ele declarou que, enquanto muitos países repensam a exploração ambiental e a economia priorizando políticas voltadas à sustentabilidade, o governo brasileiro parece não se preocupar com os altos índices de desmatamento – o que, além de prejudicar o meio ambiente, também colocando em risco a biodiversidade brasileira, que conta com mais de 100 mil espécies de animais, promove perda de oportunidades de investimentos.

Agostinho avalia que a população tem ampliado sua consciência ambiental em alguns aspectos – como economia de água, energia e cuidados com o lixo – porém, ele defende que mudanças mais substanciais dependem também de políticas públicas consistentes, que, segundo ele, foram ignoradas pelo governo federal.

Em abril, quando concedeu entrevista ao programa Salão Verde, da Rádio Câmara, o presidente da Sociedade Brasileira de Virologia (SBV), Fernando Spilki declarou que as mudanças climáticas também são um fator de contribuição à disseminação do vírus, já que promovem alterações no regime hídrico de chuvas e aumentam as temperaturas médias anuais. “Fenômenos locais e globais têm influência [na disseminação do coronavírus].”

É preciso repensar a relação com o planeta

Spilki deixou claro que é preciso repensar a relação com o planeta, já que o meio ambiente é um definidor de como teremos doenças emergentes. “Pelo menos 60% das doenças que surgem, nós vemos uma clara relação com o impacto ambiental”, defendeu e lembrou que 80% das doenças que atingem seres humanos já circularam em animais.

“Destruindo habitats, fazemos com que essas espécies selvagens não tenham uma circulação adequada pra viver e assim fazemos com que ocorram surtos, transmissão de surtos e amplificação de vírus na natureza. Em momentos de caça, consumo [de animais] e utilização de animais como de estimação ou exibição, ficamos expostos a esses agentes.”

Ele também apontou que uma intensificação das atividades pecuárias atingindo o habitat dos animais favorece esse cenário, assim como a caça.

“Expansão desenfreada de fronteira agrícola, mineração e acúmulo de pessoas em áreas de conservação são determinantes para a introdução de novos vírus.”

ONU aponta impactos mais graves das mudanças climáticas

Um amplo relatório climático da ONU, divulgado recentemente, mostra que a mudança climática está tendo um efeito importante em todos os aspectos do meio ambiente, bem como na saúde e bem-estar da população global.

O relatório, a “Declaração da OMM sobre o estado do clima global em 2019“, liderado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), contém dados fornecidos por uma extensa rede de parceiros.

O trabalho documenta sinais físicos das mudanças climáticas — como aumento do calor da terra e do oceano, aceleração da elevação do nível do mar e derretimento do gelo — e os efeitos indiretos em desenvolvimento socioeconômico, saúde humana, migração e deslocamento, segurança alimentar e nos ecossistemas terrestre e marítimo.


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