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A cada seis segundos uma área da floresta tropical do tamanho de um campo de futebol é perdida

21 de junho de 2020
4 min. de leitura
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Pixabay

A quantidade da floresta tropical intocada que foi perdida em todo o mundo aumentou no ano passado, pois o equivalente a um campo de futebol desaparecia a cada seis segundos, conforme análise por satélite.

Quase 12 milhões de hectares de cobertura de árvores foram perdidos nos trópicos, incluindo quase 4 milhões de hectares da floresta tropical densa e antiga, que possuía reservas significativas de carbono e abrigava uma grande variedade de vida selvagem, segundo dados da Universidade de Maryland.

Além dos trópicos, os devastadores incêndios florestais da Austrália levaram a seis vezes mais perda da cobertura de árvores em todo o continente em 2019 se comparado com o ano anterior. Rod Taylor, do World Resources Institute, parte da rede Global Forest Watch que divulgou a análise, disse que, como os incêndios sem precedentes continuaram em 2020, este foi apenas um quadro parcial da área afetada na temporada de incêndio do sul.

Enquanto as árvores de eucalipto da Austrália são geralmente bem adaptadas para responder ao fogo, Taylor disse que as chamas deste ano queimaram mais intensamente, após uma seca severa e se espalharam rapidamente devido aos ventos fortes. Os incêndios mataram 33 pessoas diretamente, mais cerca de 440 por inalação de fumaça e centenas de milhões de animais.

“Enquanto um incêndio normal pode queimar a casca de uma árvore, o fogo deste ano transformou muitas árvores em paus de carvão”, disse Taylor. “A Austrália pode esperar temporadas mais extremas de incêndio, à medida que o risco dos mesmos aumenta devido às mudanças climáticas.” A perda de árvores nos trópicos foi a terceira pior registrada desde que os dados foram coletados pela primeira vez em 2002, ficando atrás apenas de 2016 e 2017.

A maior redução continua sendo no Brasil, responsável por mais de um terço de toda a perda de floresta tropical úmida. Dados do governo mostram que o desmatamento para agricultura e outros novos usos da terra aumentou rapidamente na Amazônia brasileira no ano passado.

O maior aumento na perda de florestas foi na Bolívia, onde os incêndios levaram a uma redução 80% maior na cobertura de árvores do que em qualquer ano registrado anteriormente. O instituto disse que muitos dos incêndios provavelmente foram deliberadamente acesos para limpar as terras agrícolas para plantio e espalhou-se nas florestas devido aos ventos fortes e à seca exacerbada causada pela crise climática. Isso se dá em decorrência de o governo boliviano continuar fazendo mudanças regulatórias para incentivar a expansão da agricultura.

Houve uma ligeira diminuição na perda de florestas na República

Democrática do Congo, mas ainda era o terceiro ano mais alto já registrado, em grande parte devido a operações agrícolas cíclicas. Todavia, o instituto disse que há evidências emergentes de que a exploração comercial de madeira, mineração e desmatamento para plantações tiveram um impacto.

A perda de florestas primárias caiu cerca de 50% no Gana e na Costa do Marfim e reduziu-se pelo terceiro ano consecutivo na Indonésia, onde baixou para um nível não observado há mais de 15 anos. Isso ocorreu após Jacarta introduzir uma moratória permanente sobre a limpeza das plantações de dendê e aumentar os esforços para garantir que as leis fossem aplicadas.

Frances Seymour, membro sênior do instituto, disse que o nível de perda florestal global era inaceitável e que estava claro o que era necessário para reverter a tendência. “Se os governos implementam boas políticas e aplicam a lei, a perda de florestas diminui”, disse ela.

“Mas se os governos relaxam as restrições à queima ou sinalizam a intenção de abrir territórios indígenas para a exploração comercial, a perda de floresta aumenta”. Seymour disse que a comunidade internacional pode ajudar a resolver o problema, introduzindo incentivos econômicos ou de mercado para proteger florestas.

Ela pediu aos governos que adotassem quatro etapas: prevenir a queima da floresta; aumentar o monitoramento e a aplicação para impedir violações; proporcionar aos pobres e famintos alternativas à exploração florestal e não reduzir as proteções para ajudar na recuperação econômica da pandemia do Covid-19.


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