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Pesquisadores apontam que Amazônia sofrerá recordes de incêndios em 2020

30 de junho de 2020
3 min. de leitura
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Pixabay

Cientistas alertam que incêndios na Amazônia brasileira serão “tão ruins ou piores” que os ocorrido nos últimos anos. Dados do Projeto Monitoramento da Amazônia Andina (MAAP) sugerem que cerca de 150.000 hectares de terras desmatadas em 2020 estão em risco. Em 2019, a maioria dos incêndios ocorreu em áreas recém-desmatadas.

O diretor do MAAP, Matt Finer, disse em uma entrevista à CNN que é importante entender a dinâmica do crime ambiental. “A temporada de incêndios não começa do nada em agosto. Começou há um ano com o desmatamento. Precisamos da intensidade da raiva e da preocupação que as pessoas tinham em agosto, precisamos disso agora para aumentar a urgência da situação”, alerta.

Dados da NASA (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço) também mostram que 2020 pode ser outro ano seco para a Amazônia, o que aumenta o risco de incêndios se espalharem para florestas primárias a partir de terras desmatadas. Em agosto de 2019, a Floresta amazônica apresentou queimadas ocorrendo em “ritmo recorde” e ganhou repercussão internacional.

Áreas protegidas

Dados do Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados pelo Greenpeace, revelaram novamente a devastação ambiental provocada durante o governo Bolsonaro. De janeiro a abril de 2020, áreas protegidas, como Unidades de Conservação (UCs) e Terras Indígenas (TIs), concentraram 72% do desmatamento provocado por garimpeiros ilegais na Amazônia.

Nos quatro primeiros meses de 2020, registrou-se um aumento de 80,6% no desmatamento de responsabilidade do garimpo ilegal nas UCs da Amazônia, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Foram 487 hectares desmatados neste ano, ante 879 hectares em 2019.

Nas terras indígenas localizadas na floresta amazônica, registrou-se 13,4% de aumento no desmate provocado por garimpeiros ilegais de janeiro a abril de 2020, em comparação com o mesmo período de 2019.

Os dados foram obtidos por meio de sobrevoo realizado em maio sobre quatro áreas federais protegidas que foram devastadas pelo desmatamento. Quando comparados ao desmate realizado nas terras indígenas de janeiro a abril de 2019, os números revelam um aumento de 64% no desmatamento promovido no mesmo período deste ano.

Diante da inércia do governo Bolsonaro frente ao desmatamento, o Ministério Público Federal ajuizou ação exigindo que providências sejam tomadas pelo governo contra a mineração ilegal em terras indígenas na Amazônia.

Dentre as áreas protegidas que sofreram maior desmatamento através do garimpo ilegal, segundo o Greepeace, estão: A Floresta Nacional de Altamira, o Parque Nacional do Jamanxim, e as terras indígenas Munduruku e Sai Cinza – todas localizadas no Pará.

Além da devastação ambiental e da perda de território essencial para a sobrevivência dos indígenas, o avanço do desmatamento ilegal – motivado não só por garimpeiros, mas também por madeireiros e pecuaristas – é uma ameaça por conta da pandemia de coronavírus, que já matou quase 300 indígenas. Temendo pela vida de seu povo, eles lançaram uma campanha denominada #ForaGarimpoForaCovid.

No site oficial da campanha, onde assinaturas de apoio são coletadas, os indígenas explicam que “a campanha #ForaGarimpoForaCovid é uma iniciativa do Fórum de Lideranças Yanomami e Ye’kwana e da Hutukara Associação Yanomami (HAY), Associação Wanasseduume Ye’kwana (SEDUUME), Associação das Mulheres Yanomami Kumirayoma (AMYK), Texoli Associação Ninam do Estado de Roraima (TANER), Associação Yanomami do Rio Cauaburis e Afluentes (AYRCA)”.

“Nós, Yanomami, não queremos morrer. Ajude-nos a expulsar os mais de 20 mil garimpeiros que estão espalhando a Covid-19 em nossas terras. Assine a petição e pressione o governo. Nossa meta é 350 mil assinaturas”, diz o site, que conseguiu, até o momento da publicação deste texto, 292.947 adesões. Para assinar, clique aqui.


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