Um cachorro da raça pit bull vivia há cerca de um ano acorrentado e solitário em um terreno no bairro Cidade Jardim, no município de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Após tanto sofrimento, o animal foi resgatado.
O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Repressão à Crimes Ambientais e Atendimento ao Turista (Decat).
“Nós checamos o fato e percebemos que muitos vizinhos já estavam consternados com a situação. É um pit bull de três anos, acorrentado há mais de um ano, segundo moradores da região”, explicou ao G1 o delegado Maercio Barboza, titular da delegacia.
Após iniciar a investigação, a polícia descobriu que o cachorro é tutelado por um empresário de 68 anos e que a alimentação dele era precária, muitas vezes sendo alimentado por pessoas que se comoviam com seu sofrimento.
Depois de ser retirado do local, o cachorro foi levado para o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e será disponibilizado para adoção.
“Ele prestou depoimento nessa quarta-feira (3) e confessou que não queria ter despesas com o animal e o deixava amarrado ali para cuidar dos terrenos. Só que, amarrado, ele não cuidava de nada na verdade. Era algo simbólico para ele para mostrar que ali tinha um dono”, finalizou o delegado.
O tutor do animal deve responder judicialmente pelo crime de maus-tratos a animais.
Nota da Redação: não existem “cachorros de guarda”. Animais devem ter o direito de viver suas vidas em paz, sem que seja colocada sobre eles a responsabilidade de zelar por um imóvel. Colocar um cachorro nesta condição, havendo ou não maus-tratos, é objetificá-lo e negar a ele o direito a uma vida digna, com uma família que o ama, o respeita e que jamais o colocaria na condição de “segurança” por considerá-lo um ser senciente. Para proteger imóveis, o proprietário deve recorrer à tecnologia, que é vasta, e até mesmo a serviços especializados. Isso porque, além de submeter o cão à exploração, ao obrigá-lo a proteger um bem, como uma casa, o tutor o coloca sob o risco de ser envenenado por criminosos, que podem tomar atitudes extremas para conseguir ter acesso ao local.